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Angola/Manifestação

Angola: Jovens marcharam em memória de Inocêncio de Matos

Cerca de mil jovens activistas participaram esta quinta-feira numa marcha, em Luanda, em memória de Inocêncio de Matos, jovem estudante que morreu na sequência de uma manifestação contra a pobreza e a corrupção, realizada a 11 de Novembro e severamente reprimida pelas forças de segurança.

Angola: Jovens marcharam em memória de Inocêncio de Matos.
Angola: Jovens marcharam em memória de Inocêncio de Matos. © Daniel Frederico
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Desde o cemitério da Santa Ana até ao Largo 1° de Maio, os manifestantes reivindicaram eleições “autárquicas sem rodeios em 2021 e os 500 mil empregos prometidos em 2017”.

Em declarações a RFI, Adolfo Campos co-fundador do Movimento Revolucionário e organizador do protesto sublinhou que se as forças de segurança não provocarem “não haverá confusão” com os manifestantes. Adolfo Campos exige que o Presidente de Angola João Lourenço fixe uma data para as eleições autárquicas: “quando é que serão as autárquicas?” e lembrou as dificuldades económicas e sociais que afectam a população angolana: “o sofrimento que estamos a passar neste momento com a subida dos preços dos produtos básicos, a população está a morrer à fome”. 

Os protestos de hoje na capital angolana surgem no âmbito do Dia Internacional dos Direitos Humanos, que esta quinta-feira se assinala.

A 24 de Outubro e a 11 de Novembro Angola foi palco de protestos que reivindicavam melhores condições de vida, mais emprego e a realização das primeiras eleições autárquicas no país. Ambos foram severamente reprimidos pelas forças policiais. As manifestações não foram aprovadas pelas autoridades, que alegaram, entre outros motivos, o não cumprimento do decreto presidencial sobre o estado de calamidade pública, que impedia ajuntamentos de mais de cinco pessoas nas ruas, como medida de prevenção e combate à propagação da covid-19.

Entretanto, o investigador da África Austral da Amnistia Internacional, David Matsinhe, no seminário virtual “Violência policial em Angola”, sublinhou que “ninguém pode justificar” os 10 homicídios documentados em Angola atribuídos às forças de segurança no âmbito da imposição de restrições contra a covid-19.

Com a colaboração de Daniel Frederico, correspondente em Luanda.

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