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Manifestação

Manifestação em Cabinda termina com nove detenções

A manifestação convocada por um grupo de activistas defensores dos direitos humanos e membros da sociedade civil de Cabinda, não foi autorizada pelas autoridades e acabou com nove detenções.

Cabinda, território administrado por Angola, situação contestada por movimentos independentistas.
Cabinda, território administrado por Angola, situação contestada por movimentos independentistas. ISSOUF SANOGO / AFP
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"Os activistas preparavam-se para manifestar para exigir a libertação dos três activistas políticos detidos desde 28 e 30 de Junho, apelar à paz em Cabinda e denunciar as condições devida das populações, que não pára de piorar dia após dia", descreveu o activista dos direitos humanos, José Marcos Mavungo.

A marcha, convocada por um grupo de activistas defensores dos direitos humanos e membros da sociedade civil de Cabinda, não foi autorizada. O governo de Cabinda invocou as medidas de contenção da pandemia de Covid-19 para proibir a manifestação deste sábado.

O grupo escreveu ao governador "uma carta em conformidade com a lei, mas como de costume o governador não autorizou a manifestação e segundo a expressão deles 'não é normal'", descreveu o activista.

"A cidade de Cabinda despertou no sábado com um número elevado de efectivos da Polícia de Intervenção Rápida (PIR)  em todas as rotundas da cidade, e dispostos ao longo da rua que liga o Largo 1º de Maio ao salão Multiusos, onde devia terminar a manifestação", explicou José Marcos Mavungo.

A manifestação em Cabinda terminou com a detenção de nove pessoas. Os activistas foram "postos em liberdade às 18 horas", mediante uma notificação para o pagamento de uma multa de 200.000 kwanzas (258 euros), no prazo de 72 horas. De acordo com a notificação, os arguidos violaram o artigo 27.º do Decreto Presidencial n.º28/20, que aprova medidas excepcionais e temporárias, a vigorar durante a situação de calamidade pública ", descreveu ainda Mavungo.

No mesmo dia, em Luanda, centenas de jovens juntaram-se nas ruas da capital para prestar uma última homenagem a Inocêncio de Matos, que morreu durante a manifestação de 11 de Novembro. "Existe um curioso esquecimento do governo provincial de Cabinda, além da manifestação de ontem em Luanda, houve um protesto dia 25 de Novembro do qual não consta que tivesse havido detenções por transgressão", lembra o activista.

A província de Cabinda, descontínua geograficamente de Angola e rica em petróleo, é palco de uma disputa liderada pela Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), que reclama a independência do território, alegando que era um protectorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885.

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