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#Eleições Gerais em Angola

Angola : Sociedade civil levou manifesto à CNE

A polícia angolana frustrou, na quarta-feira, a realização de uma marcha, em Luanda, de manifestantes que reclamavam o fim de supostas irregularidades no processo eleitoral. A organização entregou, mesmo assim, o seu manifesto à Comissão Nacional Eleitoral.

Imagem de arquivo das últimas eleições gerais em Angola a 23 de Agosto de 2017.
Imagem de arquivo das últimas eleições gerais em Angola a 23 de Agosto de 2017. AFP - MARCO LONGARI
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Esta quarta-feira, em Luanda, a polícia impediu a realização de uma marcha de protesto contra alegadas irregularidades no processo eleitoral e deteve pelo menos uma dezena de manifestantes, incluindo um jornalista da "Voz da América", que foi libertado horas depois.

Apesar de a marcha não se ter realizado, os manifestantes consideram que o objectivo foi cumprido já que entregaram o seu manifesto à Comissão Nacional Eleitoral. O documento aponta uma série de alegadas violações à lei e irregularidades, como a contratação da empresa espanhola Indra para gerir o processo eleitoral, a constituição da CNE composta maioritariamente por membros do partido no poder, a instrumentalização dos meios de comunicação social públicos e forças de segurança, e a inclusão de nomes de pessoas mortas nos cadernos eleitorais.

Isabel André, uma das subscritoras do manifesto, confirmou que a polícia descarregou contra os membros da sociedade civil que queriam participar na marcha, mas que o grupo se dividiu e, enquanto uma parte ficou pelo largo do Cemitério da Santa Ana, a outra foi às instalações da Comissão Nacional Eleitoral entregar o manifesto.

Como nós já sabemos como é que esta polícia funciona, então resolvemos dividir-nos em dois  grupos.  Apesar da repressão, nós nos dividimos em dois grupos porque o objectivo era levar o manifesto e o memorando até à CNE para que o objectivo fosse alcançado e conseguimos", afirmou.

Durante a operação, a polícia deteve várias pessoas, nomeadamente o correspondente da “Voz da América". Coque Mukuta relata que foi detido e libertado horas depois com outros jovens devido às filmagens no local. “Comecei a filmar numa zona o cenário. A ideia era dizer que, diferente do que foi anunciado, não havia um protesto como tal. Então, a polícia incomodou-se com minha presença e decidiu receber o material. Graças à detenção consegui perceber que afinal havia pessoas já presas”, sublinhou o jornalista.

A RFI contactou o porta-voz do Comando Provincial da Polícia de Luanda, Nestor Goubel, que não demonstrou disponibilidade, de momento, para comentar o sucedido.

Oito forças políticas, nomeadamente sete partidos e uma coligação, concorrem às quintas eleições gerais angolanas marcadas para a próxima quarta-feira, 24 de Agosto.

Oiça aqui a reportagem:

01:33

Reportagem de Francisco Paulo de 18 de Agosto de 2022

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