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Angola

Ausente da posse do PR de Angola, Unita garante a sua presença no Parlamento

Ainda antes da tomada de posse hoje de João Lourenço como Presidente da República, o seu adversário nas eleições, Adalberto da Costa Júnior, cujo partido, a Unita, não reconhece os resultados do escrutínio de 24 de Agosto, denunciou ontem um "golpe de Estado às eleições". Ao justificar a sua ausência hoje da cerimónia de investidura presidencial, Adalberto da Costa Júnior, informou que os deputados eleitos pelo seu partido não iriam "estar fora das instituições" e que vão tomar posse amanhã.

Adalberto Costa Júnior, líder da Unita.
Adalberto Costa Júnior, líder da Unita. LUSA - PAULO NOVAIS
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"Por termos feito uma campanha de debate e auscultação, entendemos que deveríamos regressar a todas as províncias, entendemos que deveríamos regressar a todas as províncias para onde partiram delegações nos últimos quatro dias e conversaram com as forças vivas da sociedade civil (...) e do resultado desta ampla auscultação veio a persistente indicação -com algumas contestações também- de que não deveríamos estar fora das instituições. Acatando a esta questão e ao próprio debate interno, os deputados vão tomar posse na sexta-feira", anunciou o líder da Unita.

"Todas as vias democráticas e constitucionalmente previstas devem ser utilizadas para acabar com o partido único no poder e acabar com os golpes de Estado às eleições e à legitimidade eleitoral que é aquilo que acabou de acontecer no nosso país", afirmou ainda Adalberto da costa Júnior confirmando a sua intenção de não estar presente na cerimónia de investidura do seu adversário político. "Quando os processos são ilegítimos como este, naturalmente não estejam à espera da nossa presença", declarou.

Referindo-se à postura política que pretende seguir neste contexto, o líder Unita referiu ainda que "a auscultação abrangente foi maioritariamente no sentido de que devíamos controlar emoções, puxar pela razão, esperar que o regime entenda inclusive o sentido de punição de que foi alvo de forma muito clara e perceba que tem de proceder a reformas, reformas que vamos todos claramente defender. Temos percepção de que não há absolutos consensos. Nós vamos privilegiar as reformas que nos possam trazer um país capaz de abraçar o desenvolvimento, o estado de Direito, liberdades plenas e a possibilidade de termos uma economia que tenha condições de se desenvolver."

Ainda durante o seu discurso perante aos apoiantes da Unita, cujas estruturas anunciaram ontem em comunicado a convocação para o dia 24 de Setembro de uma manifestação pela cidadania, Adalberto da Costa Júnior não deixou igualmente de expressar críticas ao forte dispositivo militar e policial em torno da tomada de posse esta quinta-feira de João Lourenço.

"Não se justifica a presença de armamento convencional nas ruas. Ao declarar prontidão combativa elevada, o regime demonstra ter medo do povo e, através do Chefe de Estado-Maior, viola o papel em que devem ser chamadas a intervir as Forças Armadas Angolanas. Assim, os responsáveis por este estado abusivo devem proceder ao imediato regresso das Forças Armadas aos quartéis", vincou o líder da Unita.

Declarações às quais respondeu o ministro de Estado e chefe da Casa Militar à margem da cerimónia de tomada de posse do Presidente de Angola. Ao dizer que o exército nas ruas serve para proteger o povo, o general Francisco Furtado acusou a oposição de ter duas agendas,"uma política e uma subversiva".

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