Angola: deputados chumbam proposta de acusação e destituição do Presidente

A proposta de acusação e destituição do Presidente angolano da bancada parlamentar da UNITA foi este sábado, 14 de Outubro, rejeitada com 123 votos contra e uma abstenção do PRS/FNLA.

Parlamento de Angola, Luanda. Imagem de arquivo. AFP - AMPE ROGERIO

A UNITA, que formalizou a iniciativa, não participou no processo de votação, alegando irregularidades processuais.

Para Jú Martins, secretário do Bureau Político para os Assuntos Políticos do Movimento Popular de Libertação de Angola, a UNITA conduziu o processo com populismo, dando a entender à sociedade que alguns militantes do MPLA estariam contra a liderança de João Lourenço, o chefe de Estado angolano.

O também deputado lamentou o facto do “Galo Negro” ter engendrado a história de que alguns deputados do MPLA poderiam, eventualmente, alinhar neste tipo de manobras da UNITA, alertando que os parlamentares dos “camaradas” estão mais coesos em torno do seu líder.

“Do ponto de vista político, a UNITA, 111 deputados, daí que ter engendrado a história de que haveria, eventualmente, deputados do MPLA que poderiam alinhar com este tipo de manobras do maior partido na oposição. Vocês viram que o MPLA hoje esteve aqui, até deputados que estavam fora, em tratamento médico vieram manifestar a sua solidariedade e sua coesão ao nível do partido”, disse o secretário do Bureau Político para os Assuntos Políticos.

Já o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, entende que a posição dos deputados do MPLA relativamente ao chumbo da proposta de acusação e destituição do Presidente da República demostra que o partido no poder em Angola tem medo do debate democrático. 

“O MPLA provou aqui que tem medo do povo, que tem medo do debate democrático. O MPLA está sob pressão e esta sessão foi muito boa, porque veio claramente demostrar o que é que o MPLA é hoje. Um conjunto de deputados que não defendem Angola e nem os angolanos”, lamentou o líder do maior partido na oposição angolana.