Acesso ao principal conteúdo
China/ Brasil

Infraestrutura e mão de obra capacitada são desafios para empresas chinesas no Brasil

A visita da presidente Dilma Rousseff à China rendeu promessas bilionárias de investimentos para o Brasil. A maior delas foi o projeto apresentado pela empresa taiwanesa Foxconn, que quer montar uma base de produção no Brasil para fabricar telas digitais para celulares, smartphones, tablets, laptops e televisões de terceira geração. Mas os projetos esbarram em alguns gargalos recorrentes da economia brasileira.

Problemas na infraestrutura brasileira ameaçam a chegada de investimentos chinêses
Problemas na infraestrutura brasileira ameaçam a chegada de investimentos chinêses Reuters
Publicidade

Ana Carolina Dani, enviada especial da RFI à China

Problemas na infraestrutura brasileira não ameaçam somente a organização da Copa do Mundo e das Olimpíadas de 2016, como demonstrou estudo publicado nesta quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o estudo, as obras previstas em nove aeroportos de cidades sedes da Copa 2014 não ficarão prontas até o início da competição.

Para ampliar os negócios no Brasil, a Foxconn exige uma estrutura de aeroportos e portos condizentes com o tamanho dos investimentos, assim como acesso à energia e banda larga.

"Logística é um dos problemas. A nossa infraestrutura de portos e aeroportos tem um custo elevado, há a burocracia também", analisa Robson de Andrade, presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI).

O governo brasileiro também reconhece que "há muito trabalho pela frente".

“Os empresários e os governos vão ter que trabalhar para atender a essa demanda, que vai permitir a concretização desse investimento. Ele é muito importante para o Brasil”, afirma o diretor do departamento comercial do Itamaraty, Norton Rapesta.

 

00:41

Diretor do departamento comercial do Itamaraty, Norton Rapesta

O plano de investimentos da Foxconn, detalhado pelo ministro Aloísio Mercadante durante sua visita à China, é grandioso e reflete o tamanho da empresa. A Foxconn fabrica um em cada três computadores comercializados no mundo. Com um faturamento de mais de 100 bilhões de dólares, ela foi responsável por 5,2% do total de exportações da China em 2010. Tem 15 fábricas na Ásia, seis na Europa, 15 na América Latina e, atualmente, 42 mil patentes registradas no mundo.

No Brasil, a Foxconn promete criar uma cidade inteligente que vai abrigar toda a infraestrutura de produção além de instalações para os empregados. Eles prometem criar 100 mil empregos no Brasil em cinco anos, sendo 20 mil vagas para engenheiros, mas a mão de obra capacitada é outro desafio da empresa.

Mercadante rebateu na quinta-feira, em Sanya, críticas de que o Brasil não teria mão de obra qualificada para propor à empresa em tão curto espaço de tempo. “Segundo ele, o Brasil tem hoje 115 mil engenheiros matriculados em cursos de engenharia”.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson de Andrade, vai ainda mais longe. Ele vê com desconfiança os anúncios feitos pelas empresas chinesas. Segundo ele, as exigências feitas pelas empresas podem ser uma estratégia de negociação.

00:40

Presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson de Andrade

 

 

 

 

A presidente Dilma Rousseff visitou, no final da tarde desta sexta-feira, a fábrica da chinesa ZTE na cidade de Xi’an. A empresa é uma das três do setor de tecnologia da informação que anunciou investimentos no Brasil essa semana. A ZTE deve investir cerca de 300 milhões de dólares para a construção de uma planta de produção industrial na cidade de Hortolândia, em São Paulo. Antes, Dilma discursou no Fórum de Economia da Ásia, realizado na cidade de Boao. Neste sábado, ela encerra sua viagem à China com visita privada em Xi’an.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.