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Brasil/ JMJ

Em meio a protestos, papa Francisco viaja ao Brasil

O papa Francisco começa nesta segunda-feira, no Brasil, a sua primeira viagem ao exterior desde que assumiu o pontificado, em março. O argentino desembarca no Rio de Janeiro após uma nova pesquisa constatar o menor índice histórico do número de católicos brasileiros e em plena ebulição política com os protestos que reclamam não apenas melhores serviços públicos, como mais tolerância da igreja aos homossexuais ou o respeito à laicidade no Brasil.

Embarque do Papa Francisco do Aeroporto de Fiumicino, em Roma às 8h55 (3h55 de Brasília), e deve aterrissar no Aeroporto Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, às 16h.
Embarque do Papa Francisco do Aeroporto de Fiumicino, em Roma às 8h55 (3h55 de Brasília), e deve aterrissar no Aeroporto Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, às 16h. REUTERS/Giampiero Sposito
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O primeiro papa latinoamericano e jesuíta da história chega ao país para presidir a Jornada Mundial da Juventude, que deve contar com a participação de 1,5 milhão de pessoas entre os dias 23 e 28 de julho. Os fiéis começaram a chegar na cidade há duas semanas.

A visita do pontífice acontece em um momento em que o número de católicos nunca foi tão baixo: conforme o instituto Datafolha, 57% dos brasileiros com mais de 16 anos se declaram católicos, contra 64% em 2007. A segunda maior força religiosa do Brasil são as igrejas pentecostais, às quais 19% dos brasileiros são fiéis.

O ex-arcebispo de Buenos Aires também terá pela frente uma semana agitada de protestos na onda das mobilizações que agitam o país desde junho. Os primeiros começam já nesta segunda: uma manifestação, convocada pelo grupo Anonymus pela internet está marcada para às 18h em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro e onde a presidente Dilma Rousseff e o governador Sérgio Cabral vão receber o pontífice após o seu desembarque no Brasil. O objetivo do protesto é chamar a atenção do papa para “como os brasileitos são tratados”.

Outra manifestação vai reclamar dos cerca de 160 milhões de reais gastos dos cofres públicos para receber a jornada e exigir que a laicidade seja respeitada no Brasil, com a retirada de símbolos religiosos dos espaços públicos. Para completar, enquanto o papa estiver reunido com as autoridades, jovens homossexuais vão promover um “beijaço LGBT” em frente ao palácio, para chamar a atenção sobre as discriminações sofridas pelos gays, especialmente por parte da igreja.

Entre o aeroporto e o palácio, porém, Francisco acrescentou de última hora um desfile pelo centro da cidade, a bordo do papamóvel sem vidros blindados, para ter um primeiro contato com os fiéis. Ao longo da semana, ele vai se encontrar com jovens peregrinos, celebrar missas em Copacabana e no Campus Fidei, em Guaratiba, ir ao santuário de Aparecida e ainda visitar a favela da Varginha, um centro de dependentes químicos e uma unidade prisional. O papa ainda pretende dialogar bastante com padres que participam da jornada.

Para garantir a segurança do argentino durante os percursos, mais de 30 mil policiais e militares estão mobilizados para o evento, no que a prefeitura chamou de “a maior operação de segurança da história do Rio”.

Apesar da perda do número de fiéis para as igrejas pentecostais, o Brasil continua sendo o maior país católico do mundo, com 123 milhões de seguidores, de acordo com o último censo. A América do Sul concentra 40% dos cerca de 1 bilhão de católicos do mundo, mas estima-se que 20% destes cristãos hoje sejam evangélicos.
 

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