Cabo Verde: Associação acusa deputado de incitar à homofobia
A Associação Arco-Íris acusou o deputado Miguel Monteiro de “incitar e estimular a homofobia e actos preconceituosos” com as declarações que fez, por escrito, nas redes sociais. O secretário-geral do MPD disse ser “200% contra” o casamento homossexual, apoiando-se em passagens da Bíblia.
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O presidente da Associação Arco-Íris, Elvis Tolentino, condenou as declarações do deputado Miguel Monteiro, do MPD, que disse ser “200% contra” o casamento homossexual, apoiando-se em passagens da Bíblia.
Para o activista, trata-se de “um atentado” à igualdade de todos perante a lei, contrário a um estado laico e que representa uma “violência simbólica” que “acaba por incitar e estimular a homofobia e actos preconceituosos”.
“Este tipo de violência simbólica é intolerável num deputado da nação e, acima de tudo, acaba por incitar e estimular a homofobia e actos preconceituosos “, afirmou Elvis Tolentino.
Questionado sobre se Cabo Verde está preparado para o casamento homossexual, o presidente da associação LGBT respondeu: “Não sei se neste momento Cabo Verde está preparado.”
Para Elvis Tolentino, apesar de Cabo Verde ser um estado laico, há “ilhas muito religiosas onde a questão da religião é muito forte e muito vincada”, havendo outras questões mais urgentes a tratar, como o acesso a tratamento hormonal para pessoas transsexuais e a criminalização de actos homofóbicos e discriminatórios em relação ao acesso ao emprego, educação e aluguer de imóveis.
Ainda que o tema não faça parte da agenda política do governo - como afirmou o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva - a polémica levantada pelo deputado Miguel Monteiro acabou por “levantar questões que nunca tinham chegado a este nível e que motivassem toda a nação”.
Elvis Tolentino para jornal
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