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Zona euro/ crise

BCE aumenta juros e suspende regras das notas soberanas

O Banco Central Europeu aumentou hoje a taxa de juros na zona euro e suspendeu as regras em vigor relativas às notas soberanas aplicadas aos títulos da dívida portuguesa, aceitas como garantia de liquidez para as instituições financeiras. Os anúncios foram feitos pelo presidente do BCE, Jean-Claude Trichet.

Jean-Claude Trichet falou à imprensa após reunião em Frankfurt, nesta quinta-feira.
Jean-Claude Trichet falou à imprensa após reunião em Frankfurt, nesta quinta-feira. REUTERS/Moritz Erbs
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“Decidimos suspender a aplicação do limite mínimo de notas de crédito nos casos de instrumentos de dívida negociável emitidos ou garantidos pelo Estado português”, disse Trichet, em coletiva de imprensa.
A decisão foi bem recebida pelo mercado financeiro, por afastar o risco de um novo agravamento da crise da dívida na zona euro.

O BCE também anunciou hoje o aumento da taxa de juros de 1,25% para 1,50%. A medida foi tomada para tentar conter a inflação na zona euro, que chegou a 2,7% em junho, depois de ter atingido o pico de 2,8% em abril. Os índices são bem superiores aos objetivos fixados pelo Banco Central Europeu, que eram de 2%.

Essa foi a segunda alta dos juros desde abril, após três anos em que a taxa permanecia inalterada. O anúncio foi feito pelo presidente do BCE, em Frankfurt (Alemanha).

Desde a criação da zona euro, em 1999, o BCE já modificou a taxa 33 vezes – 18 para aumentá-la e 15 para diminuí-la. Desta vez, o banco julgou que, apesar das dificuldades na Grécia e em Portugal, a União Europeia já se recuperou suficientemente da crise econômica para permitir ao grupo de voltar a uma política monetária mais controlada. Nessa perspectiva, o BCE ainda aumentou a taxa de empréstimo de urgência para os bancos de 2% para 2,25%. O órgão pretende não intervir mais nos juros, no mínimo, até o final de setembro.

Outro assunto que esteve em pauta na reunião do BCE é o papel das agências internacionais de notação. Trichet criticou a atuação das agências, afirmando que são uma "pequena estrutura oligopólica". Dois dias após rebaixar a nota soberana de Portugal, a agência de notação Moody's voltou a dar dor de cabeça aos líderes do bloco europeu ao rebaixar hoje a classificação da dívida de quatro bancos portugueses, um deles o maior do país, o estatal Caixa Geral de Depósitos.

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