Acesso ao principal conteúdo
África do Sul/Justiça

Pistorius foi inocentado de crime premeditado e aguarda veredicto final na sexta-feira

O atleta paralímpico sul-africano Oscar Pistorius foi inocentado nesta quinta-feira (11) da acusação de matar intencionalmente sua ex-namorada Reeva Steenkamp. Mas somente na sexta-feira o tribunal de Pretória vai anunciar se ele será ou não considerado culpado por homicídio culposo.

Oscar Pistorius durante a leitura de seu veredicto, em 11 de setembro de 2014.
Oscar Pistorius durante a leitura de seu veredicto, em 11 de setembro de 2014. REUTERS/Phill Magakoe
Publicidade

Antes de suspender a leitura do veredicto, a juíza Thokozile Masipa, encarregada do julgamento, sugeriu que existem elementos suficientes para condená-lo por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

"Eu sou da opinião que o acusado agiu precipitadamente e usou força excessiva. É claro que sua atitude foi negligente", declarou a juíza. Segundo ela, Pistorius agiu "racionalmente" ao atirar na sua ex-namorada em 14 de fevereiro de 2013.

Caso seja condenado por homicídio culposo, Oscar Pistorius pode pegar até 15 anos de prisão. Não há pena mínima prevista pela lei sul-africana neste tipo de crime.

Acusação não reuniu provas suficientes contra Pistorius

Durante a leitura, a juíza Masipa declarou que a acusação não conseguiu provar que o atleta paralímpico, de 27 anos, teve a intenção de matar a ex-modelo após uma briga dentro de casa, na noite do Dia dos Namorados. Segundo ela, não há evidências de que Pistorius teria planejado matar a pessoa atrás da porta e ainda menos a vítima porque ele pensava que Reeva estivesse no quarto.

"A promotoria não provou que o acusado foi culpado de assassinato premeditado. Os fatos são insuficientes para manter essa hipótese", afirmou Masipa. A defesa pediu a inocência do atleta que alegou ter confundido sua ex-namorada com um ladrão.

Thokozile Masipa analisou mais de 4 mil páginas do processo. Ela descartou o argumento da defesa de que a polícia teria "interferido" o local do crime, e também rejeitou os depoimentos de várias testemunhas por não considerá-los "confiáveis".

O destino de Pistorius, homem branco, rico e famoso, está nas mãos de uma juíza negra, de 66 anos, originária do Soweto, um dos locais mais emblemáticos da luta contra o Apartheid. Por isso, o julgamento desse processo é visto com um sinal da evolução da socieda sul-africana depois do fim do regime de segregação racial.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.