Pistorius foi inocentado de crime premeditado e aguarda veredicto final na sexta-feira
O atleta paralímpico sul-africano Oscar Pistorius foi inocentado nesta quinta-feira (11) da acusação de matar intencionalmente sua ex-namorada Reeva Steenkamp. Mas somente na sexta-feira o tribunal de Pretória vai anunciar se ele será ou não considerado culpado por homicídio culposo.
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Antes de suspender a leitura do veredicto, a juíza Thokozile Masipa, encarregada do julgamento, sugeriu que existem elementos suficientes para condená-lo por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
"Eu sou da opinião que o acusado agiu precipitadamente e usou força excessiva. É claro que sua atitude foi negligente", declarou a juíza. Segundo ela, Pistorius agiu "racionalmente" ao atirar na sua ex-namorada em 14 de fevereiro de 2013.
Caso seja condenado por homicídio culposo, Oscar Pistorius pode pegar até 15 anos de prisão. Não há pena mínima prevista pela lei sul-africana neste tipo de crime.
Acusação não reuniu provas suficientes contra Pistorius
Durante a leitura, a juíza Masipa declarou que a acusação não conseguiu provar que o atleta paralímpico, de 27 anos, teve a intenção de matar a ex-modelo após uma briga dentro de casa, na noite do Dia dos Namorados. Segundo ela, não há evidências de que Pistorius teria planejado matar a pessoa atrás da porta e ainda menos a vítima porque ele pensava que Reeva estivesse no quarto.
"A promotoria não provou que o acusado foi culpado de assassinato premeditado. Os fatos são insuficientes para manter essa hipótese", afirmou Masipa. A defesa pediu a inocência do atleta que alegou ter confundido sua ex-namorada com um ladrão.
Thokozile Masipa analisou mais de 4 mil páginas do processo. Ela descartou o argumento da defesa de que a polícia teria "interferido" o local do crime, e também rejeitou os depoimentos de várias testemunhas por não considerá-los "confiáveis".
O destino de Pistorius, homem branco, rico e famoso, está nas mãos de uma juíza negra, de 66 anos, originária do Soweto, um dos locais mais emblemáticos da luta contra o Apartheid. Por isso, o julgamento desse processo é visto com um sinal da evolução da socieda sul-africana depois do fim do regime de segregação racial.
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