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Bélgica/Política

Crise de identidade derruba governo da Bélgica

O rei da Bélgica, Alberto 2º, aceitou a demissão do governo do primeiro-ministro Yves Leterme, depois do fracasso das tentativas em relançar as negociações entre flamengos e francófonos sobre o destino do distrito Bruxelas-Hal-Vilvorde (BHV). Esta é a terceira queda de uma aliança governista a que a Bélgica assiste nos últimos três anos.

Chegada do primeiro-ministro, Yves Leterme, no palácio real, onde o rei da Bélgica, Albert II aceitou sua renúncia.
Chegada do primeiro-ministro, Yves Leterme, no palácio real, onde o rei da Bélgica, Albert II aceitou sua renúncia. Reuters
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Letícia Fonseca, correspondente da RFI em Bruxelas.

Durante os últimos dias, o rei manteve sua decisão em suspenso, mas, nesta segunda-feira, decidiu aprovar a renúncia de Leterme depois que o ministro das Finanças, Didier Reynders, a quem havia pedido para chefiar uma missão de reconciliação, desistiu da tarefa.

Com a queda do governo Leterme, o país deve ir às urnas no início de junho, um mês antes de assumir a presidência rotativa da União Europeia. Sem governo, a Bélgica mergulha mais uma vez em uma crise de identidade. Segundo especialistas, esta nova crise política é ainda mais grave do que a de três anos atrás, que estremeceu o país.

Desta vez, foram os liberais flamengos que provocaram o racha na coalizão de cinco partidos que apoiava o premiê Leterme. A causa foi o eterno barril de pólvora: a separação do distrito de BHV, na região de Flandres, onde vivem cerca de 150 mil francófonos, preocupados em conservar direitos políticos linguísticos, administrativos e políticos.

Dirigentes dos principais partidos políticos belgas - Democratas-Cristãos e Flamengo (CD&V), Socialistas (PS), Reformadores (MR) e Humanistas (Cdh) - criticaram a manobra, afirmando que a atitude dos liberais flamengos (Open VLD), cuja prioridade nunca foi a questão regional, deve ter sido motivada por interesses eleitorais para ganhar votos do eleitorado flamengo nacionalista.

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