Líderes europeus se articulam para conter crise das dívidas

Após semanas de indecisões e falta de consenso por parte de líderes europeus, as esperanças dos mercados estão depositadas na reunião extraordinária de sexta-feira, em Bruxelas. Uma das sugestões é a compra de parte da dívida grega pela própria Grécia com dinheiro repassado pelo fundo europeu. Nesta terça-feira, as bolsas europeias abriram estáveis, após dois dias de forte turbulência.

O ministro das Finanças italiano, Giulio Tremonti (à esquerda), ao lado do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet (ao centro), em Bruxelas (11/07/2011). Reuters

Decisões rápidas são urgentes para evitar os ataques especulativos contra os títulos da dívida dos países da zona euro e um risco maior de contágio da crise. Depois de Portugal, Grécia e Irlanda, a Itália e a Espanha, terceira e quarta maiores economias do bloco, podem ser a bola da vez e se apressam em acelerar suas reformas.

Mais do que nunca os ministros europeus das Finanças reconhecem a necessidade de uma moratória de parte da dívida grega. Duas opções estão sobre a mesa: a compra de parte da dívida grega pela própria Grécia, pela metade do preço de face, com dinheiro repassado pelo fundo europeu e uma proposta alemã para uma troca de dívida por vencimentos mais longos.

Os mercados esperam a divulgação de medidas concretas sobre a participação dos bancos públicos e privados, das seguradoras e dos fundos de investimento para fechar um segundo pacote de ajuda aos gregos. De imediato, especialistas propõem o lançamento de uma linha de crédito flexível para resolver o problema da liquidez de alguns países.

Moody's rebaixa nota irlandesa

Os anúncios da agência de notação Moody's não ajudam a acalmar os mercados. Depois de rebaixar as notas de Portugal, na semana passada, e da Itália, nesta terça-feira, hoje a Moody's fez o mesmo com a nota da Irlanda, que passa para o nível especulativo.

Na sexta-feira serão publicados os resultados de testes de resistência efetuados em 91 bancos europeus, com o objetivo de avaliar sua capacidade de resistir às turbulências financeiras.