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Alemanha/crise

Crise na zona do euro será um processo longo, diz chanceler alemã

Em um discurso no Bundestag, o Parlamento alemão, a chanceler Angela Merkel declarou que ainda não há sinais de recessão na Alemanha, e que a resolução da crise na zona do euro será "um processo longo." Paralelamente, a Corte Constitucional validou o pacote de ajuda à Grécia adotado pelos europeus no ano passado, notícia que foi recebida com alívio pelo mercado financeiro.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel REUTERS/Tobias Schwarz
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A chanceler alemão Angela Merkel ressaltou que o país "tem um longo caminho pela frente" antes da dívida pública atingir menos de 60% do PIB do país e também declarou que defenderá a reestruturação bancária na cúpula do G-20, que acontece em novembro em Cannes, e insistirá na regulação do mercado. A chanceler ainda destacou que “o euro é a garantia de uma Europa forte”, e que as euro-obrigações são uma resposta equivocada para a crise. Em relação à Grécia, a chanceler lembrou  "que foi um governo precedente que deixou o país entrar na zona do euro", e que faltou "bom senso" nesta decisão.  Ainda de acordo com ela, a resolução da crise na zona do euro será um "longo processo."

A Corte Constitucional alemã validou nesta quarta-feira o primeiro pacote de ajuda à Grécia de 750 bilhões de euros, adotada pela União Europeia em maio de 2010 e deu o sinal verde para a implantação do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, proposto pelo bloco em setembro do ano passado. O país é um dos principais financiadores do pacote.

Os representantes da Corte consideraram que a proposta do governo, que deverá desbloquear centenas de bilhões de euros, não fere a Constituição.  Os juízes também invalidaram uma série de ações na Justiça impedindo a Alemanha de participar de programas de ajuda à Grécia e outros países da Europa. Para a chanceler Angela Merkel, a decisão da Corte corrobora a política do governo.

O presidente da Corte, Andreas Vobkuhle, lembrou que o executivo, em caso de um nova ajuda financeira na zona do euro, deverá consultar a comissão orçamentária do Parlamento. A decisão foi recebida com alívio pelo mercado financeiro. Na abertura, o Dax, o principal índice da bolsa de Frankfurt, registrava alta de 3%.Em junho, o FMI (Fundo Monetário Internacional), chegou a ameaçar a suspensão de sua participação no plano de ajuda à Grécia, caso a Alemanha não tomasse uma decisão.

Um grupo de economistas, apoiado por um deputado do partido conservador CSU, chegou a pedir uma condenação das medidas do governo, estimando que o pacote contraria a cláusula conhecida como ‘no bail’, criada pelos países membros. A regra estipula que cada país seja responsável pela sua própria dívida.

A Comissão Europeia reagiu à decisão, a considerando "satisfatória", e coerente com a posição dos go verno alemão. A ministra francesa do Orçamento, Valérie Pécresse, lembrou que o governo grego agora deverá seguir à risca o programa definido pela Comissão Europeia, e as medidas do pacote de austeridade.

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