Europeus preparam acordo sobre embargo do petróleo iraniano

Os representantes da diplomacia europeia já chegaram a um acordo de princípio sobre o embargo do petróleo iraniano caso o país não mude de posição sobre seu programa nuclear. A decisão final deve ser tomada durante uma reunião do conselho de ministros das Relações Exteriores do bloco em 30 de janeiro.

Ministro francês das Relações Exteriores Alain Juppé durante conferência em Lisboa. REUTERS/Jose Manuel Ribeiro

Segundo fontes diplomáticas em Bruxelas, os países europeus já teriam chegado a um acordo de princípio sobre a imposição de um embargo da compra do petróleo bruto iraniano. A medida é uma forma de pressão caso o regime de Teerã não coopere com a comunidade internacional sobre o seu programa nuclear iraniano. O ministro francês das Relações Exteriores Alain Juppé confirmou que uma decisão definitiva deve ser tomada até o final de janeiro, durante um conselho ministerial.

Washington reagiu imediatamente ao anúncio de um acordo de princípio. “Essa é uma ótima notícia, resultado de várias consultas entre os Estados Unidos e os países da União Europeia”, declarou a porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Victoria Nuland.

Os europeus haviam indicado no início de dezembro que pretendiam impor novas sanções contra o Irã após a publicação de um relatório sobre as atividades nucleares de Teerã, publicado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que havia preocupado a comunidade internacional. No entanto, os países do grupo estavam divididos sobre o embargo, que poderia afetar alguns membros do bloco que importam petróleo iraniano, como a Grécia, Itália, Espanha e Bélgica. Em 2010, a UE comprou 18% do petróleo exportado pelo Irã.

As negociações sobre o embargo acontecem em um momento de tensão nas relações com o regime iraniano. Teerã ameaçou recentemente fechar o estreito de Ormuz, local por onde transitam 40% do tráfego marítimo do petróleo mundial, caso a comunidade internacional imponha sanções contra suas exportações petrolíferas.