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Alemanha

Implicado em escândalo, presidente alemão se recusa a pedir demissão

O presidente alemão Christian Wulff se recusa a pedir demissão do cargo apesar de acusações de intimidação de jornalistas que minam a sua credibilidade. Ele deve se explicar hoje à noite sobre as suas tentativas para abafar um escândalo de crédito privado, segundo os canais públicos alemães ARD e ZDF. 

O presidente alemão, Christian Wulff, está no centro de um escândalo de crédito privado e intimidação de jornalistas.
O presidente alemão, Christian Wulff, está no centro de um escândalo de crédito privado e intimidação de jornalistas. REUTERS/Tobias Schwarz/Files
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A chanceler Angela Merkel renovou seu apoio ao presidente, que ela teve dificuldade em eleger há um ano e meio, mas também pediu explicações sobre o escândalo.

Segundo a ZDF, segunda televisão pública da Alemanha, Christien Wulff deve dar uma entrevista nesta quarta-feira à tarde aos dois canais públicos de televisão, que planejam exibi-la nesta noite.

Wulff, que tem uma função sobretudo representativa, está desde meados de dezembro no centro de um escândalo, depois que a imprensa revelou que ele obteve um empréstimo de um casal de ricos empresários em condições muito vantajosas.

No dia 12 de dezembro, o diário Bild, considerado o mais influente jornal europeu com seus 12 milhões de leitores e até então muito favorável ao presidente, anunciou a ele que iria publicar revelações sobre o empréstimo.

Christian Wulff teria então telefonado aos principais acionistas e administradores do grupo que edita o jornal para impedir a publicação. Depois de ter seu pedido recusado, o presidente teria deixado uma mensagem no celular do redator-chefe, Kai Diekmann, ameaçando processar o autor do artigo.

A promotoria de Berlim anunciou ontem que abriu uma investigação preliminar sobre essas pressões, após uma denúncia feita por uma pessoa que não está envolvida no caso.

Além disso, um outro diário conservador do mesmo grupo, o Die Welt, revelou ontem que em junho Christian Wulff havia tentado impedir a publicação de um artigo descrevendo sua relação difícil com uma de suas irmãs.

A imprensa alemã criticou duramente o comportamento do presidente, julgado preocupante, e considerou que ele perdeu boa parte de sua credibilidade.

Um pouco antes do Natal, Christian Wulff pediu desculpas, dizendo que não tinha sido suficientemente "rigoroso". Segunda-feira, sua porta-voz garantiu que ele preza muito a liberdade de imprensa.

A classe política se mostrou reservada nesta terça-feira, exigindo apenas explicações. Mas mesmo os membros do seu partido, o conservador CDU, de Angela Merkel, não se apressaram em defendê-lo.

Christian Wulff foi considerado durante muito tempo como um rival em potencial de Angela Merkel. Ele foi escolhido para ocupar o cargo de presidente da República no terceiro e último turno de uma votação da Assembleia federal no dia 30 de junho de 2010. Seu predecessor já havia sido obrigado a pedir demissão após dar declarações polêmicas sobre a participação alemã na guerra do Afeganistão.

 

 

 

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