Mais dois corpos são encontrados no navio Costa Concordia

Mergulhadores encontraram nesta segunda-feira mais dois corpos no deck número 4 do cruzeiro Costa Concordia, que no dia 13 tombou perto do porto da Ilha de Giglio, no oeste da Itália. As vitimas são duas mulheres. Amanhã, devem começar as operações de retirada do combustível do navio, ao mesmo tempo em que a busca por desaparecidos continua.

Mergulhadores vasculham o interior do navio Costa Concordia, nesta segunda-feira. Mais dois corpos foram encontrados. REUTERS/Marina Militare/Handout

As duas passageiras foram encontradas perto da lan house do navio, que ficava no quarto deck, declarou o chefe da defesa civil italiana, Franco Gabrielli. "Isto eleva o número de corpos localizados para 15", afirmou.

Os corpos seriam retirados da embarcação ainda hoje e levados para identificação, acrescentou. “A busca pelos cerca de 20 desaparecidos continuará pelo tempo que for possível”, disse. O chefe das operações de resgate relatou que o trabalho dos mergulhadores está cada vez mais difícil porque eles tentam se locomover em meio a materiais em decomposição do cruzeiro, como fios, solventes e móveis, passados 10 dias da tragédia.

Os avanços na operação são lentos devido ao tamanho do navio, com quase 400 metros de cumprimento e alto como um imóvel de 20 andares: para a verificação de cada cabine do Costa Concórdia, são necessários 45 minutos de trabalho. Um navio oceanográfico dotado de câmeras de alta resolução deve ajudar a explorar o fundo mar, em busca de eventuais corpos bloqueados na embarcação.

Após ouvir a análise de especialistas, Gabrielli autorizou hoje o início da remoção do combustível dos reservatórios do navio, processo que é, segundo ele, “perfeitamente compatível” com o prosseguimento das buscas por vítimas da tragédia. O responsável disse que a posição do cruzeiro permanece estável e que “não há risco de ele deslizar para alto mar”, o que permite às duas equipes trabalharem ao mesmo tempo. O tanque do Costa Concórdia está cheio de 2.380 toneladas de combustível, e a retirada do combustível é o primeiro passo para a futura remoção do navio do local.

Bart Huizing, representante da sociedade holandesa Smit Salvage – encarregada das operações relativas ao diesel -, afirmou que, “se possível, os trabalhos começarão amanhã”. O bombeamento do combustível deve durar 28 dias, sem interrupção.