‘Silêncio eleitoral’ toma conta da Itália na véspera das legislativas

Os italianos se preparam para ir às urnas nas eleições legislativas que acontecem a partir de domingo. Nesse sábado, 23 de fevereiro, depois de semanas agitadas, os eleitores desfrutam de um dia de trégua antes do voto. Com exceção de Silvio Berlusconi, todos os candidatos fizeram comícios até o último minuto na sexta-feira. 

O candidato de centro-esquerda, Pier Luigi Bersani, que aparece como favorito nas sondagens, durante seu último discurso na noite de sexta-feira. REUTERS/Remo Casilli

A campanha para as eleições legislativas terminou oficialmente na noite de sexta-feira. Até os últimos minutos os partidos tentaram angariar votos para seus candidatos.

O atual chefe do governo, Mario Monti, terminou a maratona em Florença, onde prometeu “reduzir o custo do trabalho para promover novas contratações” e lutar contra o desemprego. O líder da centro-esquerda e favorito nas pesquisas, Pier Luigi Bersani, pediu a ajuda de uma celebridade, o diretor de cinema Nanni Moretti, que demonstrou seu apoio ao candidato para “liberar” os italianos de Silvio Berlusconi. Já o ex-chefe do governo, que tenta voltar para a vida política do país, não pode participar de seu último comício, em Nápoles, por causa de uma conjuntivite. Mas “il cavaliere”, como é conhecido, terminou a campanha atacando o atual primeiro-ministro em uma entrevista. "Há dois Mario Monti: o conhecemos elegante e humilde e agora é mau, ofensivo e ávido de poder", alfinetou Berlusconi. O comediante Beppe Grillo, a grande surpresa do pleito, terminou a campanha com um gigantesco comício em Roma, onde atraiu cerca de meio milhão de pessoas para ouvir suas tiradas contra políticos e banqueiros corruptos.

As últimas pesquisas de opinião divulgadas apontam Pier Luigi Bersani na liderença, com 34% das intenções de voto. Ele é seguido de perto por Berlusconi, que aparece com 30% . Beppe Grillo tem a adesão de 17% dos eleitores e Mario Monti conseguiu convencer apenas 12% dos italianos até agora.

As eleições legislativas italianas são observadas de perto pelos vizinhos europeus. A terceira economia da zona da euro escapou por pouca da falência, mas vive em um contexto de profunda recessão e os mercados temem que o vencedor do pleito não consiga uma maioria no Senado, o que dificultaria ainda mais a administração do país poderia ampliar sua instabilidade econômica.