Arcebispo de Buenos Aires se torna primeiro papa latino-americano
Depois de quase uma hora de suspense, e contrariando todas as previsões, o Vaticano finalmente revelou o nome do novo papa: trata-se do arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, que não era apontado como favorito, mas confirma a intenção da igreja em dar mais importância à América Latina. Ele será chamado de Francisco I. Uma decepção para os brasileiros, que apostavam na candidatura de Dom Odilo Scherer.
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Em seu discurso, Francisco I ou Papa Francisco como está sendo chamado no Brasil, disse que a igreja "foi buscá-lo no fim do mundo", e rezou pelo papa Bento 16. O arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, é da ala conservadora da igreja. Em 2010, ele se opôs à decisão do governo argentino de legalizar o casamento gay, argumentando que as crianças devem ser educadas “por um pai e uma mãe.” Ele foi nomeado cardeal por João Paulo II no dia 21 de fevereiro de 2001. Favorável à contracepção para prevenir doenças, ele não é aberto ao diálogo com outras religiões.
A decisão dos cardeais, nesta quarta-feira, foi tomada na quinta votação realizada pelos 115 cardeais reunidos desde a última terça-feira na capela Sistina. A multidão na praça São Pedro aguardava com ansiedade a divulgação do nome do novo pontífice, depois que a chaminé expeliu a fumaça branca. Antes de ser apresentado ao público, a tradição manda que o papa escolha um outro nome, aceite a responsabilidade, e se recolha na capela Paulina.
O cardeal francês Jean Louis Tauran foi o responsável pelo famoso anúncio ‘’Habemus Papam’’. O apartamento do novo pontífice já está sendo preparado no Vaticano. Sua primeira viagem internacional será ao Brasil, para participar da Jornada Mundial da Juventude.
O novo papa terá o desafio de reinventar uma igreja dividida, marcada por diversos escândalos nos últimos anos. O próprio Bento 16, em seu último encontro com cardeais, pediu que os sacerdotes trabalhassem para renovar a igreja.O papa Bento 16, eleito em 2005, renunciou ao cargo no dia 11 de fevereiro, dizendo não ter mais ‘forças’ para dar continuidade à missão. O ex-pontífice vive atualmente em retiro em um monastério em Roma.
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