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Ucrânia/ UE

Indecisão sobre Timochenko pode atrasar entrada da Ucrânia na UE

A Ucrânia se afastou mais hoje de um acordo para integrar a União Europeia, ao não permitir a partida da opositora Iúlia Timochenko para o exterior. O Parlamento terminou uma sessão extraordinária nesta quarta-feira, 13 de novembro, sem votar uma solução para o caso da ex-primeira-ministra, cuja libertação é uma exigência do bloco europeu para aceitar o país como membro.

Protestos em frente do Parlamento ucraniano contra a detenção da opositora  Iúlia Timochenko.
Protestos em frente do Parlamento ucraniano contra a detenção da opositora Iúlia Timochenko. REUTERS/Sergii Polezhaka
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O presidente do Parlamento, Volodymyr Rybak, encerrou a sessão sem que nenhum projeto de lei que permitisse à ex-primeira-ministra partir ao exterior para receber atendimento médico tivesse sido apresentado por um grupo de trabalho, formado por deputados do governo e da oposição. Os emissários europeus, o ex-presidente polonês Aleksander Kwasniewski e o ex-presidente do Parlamento Europeu Pat Cox, que compareceram nesta quarta-feira no Parlamento ucraniano, devem se apresentar amanhã um relatório definitivo sobre a adesão para a União Europeia, antes da cúpula de associação oriental da UE em Vilnius, nos dias 28 e 29 de novembro. Na ocasião, estava prevista a assinatura do acordo de associação.

Arseni Yatseniuk, aliado de Timochenko, acusou o presidente Viktor Yanukovich de minar a assinatura do acordo de associação com a UE. "O Partido das Regiões (do presidente ucraniano) negou-se a examinar um projeto de lei sobre a partida de Timochenko ao exterior, a administração presidencial me respondeu por escrito que Yanukovich não tinha a intenção de indultar Timochenko. É a resposta à questão sobre estar disposto a assinar o acordo [com a UE]", declarou.

"Nós queremos dizer a Yanukovich: as viagens a Moscou não servem para nada. Não se pode pechinchar os interesses do país, o país não o perdoará", acrescentou, referindo-se a uma viagem misteriosa de Yanukovich no sábado passado à Rússia.

O documento a ser apresentado por Kwasniewski e Cox nesta quinta será examinado no dia 18 de novembro pelos ministros das Relações Exteriores da UE, que decidirão se um acordo de associação com a Ucrânia será ou não assinado. A assinatura deste acordo, prevendo à integração da Ucrânia à zona de livre comércio, é vista com maus olhos pela Rússia. Moscou quer convencer Kiev a aderir, em troca, a uma união aduaneira dos países da ex-União Soviética.

Timochenko foi presa em 2011 pouco depois de perder as eleições presidenciais para Yanukovitch, visto como próximo do governo russo. Em agosto do ano passado foi condenada a sete anos de prisão por abuso de poder, em um processo relacionado com as negociações sobre os preços do gás natural importado da Rússia, uma decisão vista como política pela oposição e liderança europeias.
 

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