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Ucrânia/União Europeia

União Europeia não convence Ucrânia a selar acordo

A União Europeia não conseguiu vencer a pressão russa e convencer a Ucrânia a assinar um acordo histórico, que selaria uma aproximação entre o leste e o oeste europeus. O bloco obteve acordos de associação com a Geórgia e a Moldávia - que devem ser assinados nos próximos meses - e uma facilitação para emissão de vistos do Azerbaijão. Mas o saldo da cúpula da "Parceria Oriental", em Vilnius, Lituânia, fica comprometido pelo impasse da Ucrânia.

Da esquerda para a direita: a presidente da Lutuânia,  Dalia Grybauskaite, o presidente da UE, Herman van Rompuy, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso e o presidente da Hungria, Viktor Orban.
Da esquerda para a direita: a presidente da Lutuânia, Dalia Grybauskaite, o presidente da UE, Herman van Rompuy, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso e o presidente da Hungria, Viktor Orban. REUTERS/Ints Kalnins
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A presidente lituana Dalia Grybauskaité classificou como passos importantes os acordos selados, mas lamentou a posição da Ucrânia. Para ela, os ucranianos escolheram um "caminho que não leva a lugar nenhum".

Os dirigentes dos 28 países do bloco foram unânimes em afirmar que as portas de seu mercado de 500 milhões de habitantes continuam abertas para a Ucrânia, mas Kiev insistiu em um acordo trilateral que envolvesse a Rússia, uma proposta fortemente rechaçada pela União Europeia.

A recusa ucraniana pode retardar as negociações em meses, quiçá anos. Não só para a Ucrânia mas para toda a parceria oriental, que envolve ainda a Bielorrússia e a Armênia. Essa última também impôs um empecilho para a integração em setembro, ao anunciar sua adesão a uma união alfandegária criada por Moscou.

Nesta quinta-feira, Ianukovitch expôs os graves problemas econômicos de seu país e não deu ouvidos aos argumentos das outras ex-repúblicas soviéticas sobre os benefícios comerciais e econômicos que Kiev poderia extrair de uma aproximação com a União Europeia. Há cinco anos que a Ucrânia negocia com Bruxelas, que já investiu bilhões de dólares na modernização política e econômica do país.

Na manhã desta sexta-feira, depois de se reunir com a chanceler alemã, Angela Merkel, Ianukovitch soltou um comunicado afirmando que o país pretende assinar um acordo de associação "em um futuro próximo". Mas a própria Merkel já havia manifestado "sua pouca esperança" num acordo. À tarde, o presidente francês, François Hollande, tenta convencer o colega ucraniano.

A Parceria Oriental foi lançada em 2009 para estabilizar as ex-repúblicas soviéticas e arregimantá-las para a União Europeia. Mas a ideia virou um cabo de guerra com a Rússia de Vladimir Putin, que pressiona e ameaça os vizinhos para mantê-los sob sua zona de influência econômica. Em alusão à estratégia russa, o presidente do conselho europeu Herman Van Rompuy disse que o bloco "respeita a soberania" dos países, ao felicitar a "determinação, coragem e vontade política" da Geórgia e da Moldávia.

Na Ucrânia, manifestantes pró-integração europeia seguem protestando na capital e devem intensificar as manifestações, caso o acordo de fato não aconteça. Iulia Timochenko, ex-primeira-ministra da Ucrânia, detida por abuso de poder, voltou a pedir que o acordo entre a EU e a Ucrânia seja assinado. A sua libertação era uma das condições do bloco europeu para levar adiante a assinatura do acordo de associação com a Ucrânia.

 

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