Justiça italiana abre novo inquérito contra Berlusconi por corrupção de testemunha

A Justiça italiana abriu um inquérito nesta quinta-feira (23) contra o ex-premiê Silvio Berlusconi, seus advogados,  e a jovem “Ruby”. Eles são acusados de “corrupção de testemunha” no processo sobre prostituição de menores e abuso de poder que tramita há vários anos.  

O ex-premiê Silvio Berlusconi REUTERS/Tony Gentile/Files

A decisão foi anunciada depois da condenação de Silvio Berlusconi a sete anos de prisão. Em novembro, o tribunal de Milão acusou o ex-primeiro-ministro de fabricar provas e subornar testemunhas, entre ela a marroquina Karima El-Mahroug, conhecida como Ruby.

Segundo o procurador de Milão, Edmondo Bruti Liberati, 45 pessoas no total foram citadas no processo. Além de Berlusconi, seus advogados Niccolo Ghedini e Piero Longo e também várias das jovens que participaram das orgias promovidas pelo ex-premiê estão na mira da Justiça.

Várias delas, incluindo Ruby, foram pagas para negar que tivessem mantido relações sexuais com Berlusconi. De acordo com os juízes responsáveis pelo caso, já está provado que o ex-chefe de governo italiano dava presentes ou dinheiro para as jovens em troca de uma noite de sexo.

A investigação também mostrou que Ruby estava inserida em uma rede de prostituição que existia em Arcore. Os partidários de Berlusconi argumentam que a Justiça busca motivos para “eliminá-lo da cena política.”

A condenação definitiva do ex-premiê por fraude fiscal, em um outro processo, resultou na sua expulsão do Senado no último dia 27 de novembro.

Berlusconi não deverá ir para a cadeia

Condenado a quatro anos de prisão, ele não irá para a cadeia em razão em sua idade. Aos 77 anos, é provável que ele tenha a prisão domiciliar decretada e seja obrigado a realizar um trabalho de “interesse geral.” A Justiça deve se pronunciar sobre o assunto no próximo dia 10 de abril.