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Rússia/Crimeia

Putin deu lição de estratégia no caso da Crimeia, diz jornal francês

A anexação da Crimeia à Rússia, a denúncia de corrupção envolvendo o ex-presidente Nicolas Sarkoz e um alto magistrado francês, e as eleições municipais do próximo domingo na França são os destaques da imprensa desta quarta-feira, 19 de março.

Capa dos jornais franceses Libération, Les Echos e Le Figaro desta quarta-feira, 19 de março de 2014
Capa dos jornais franceses Libération, Les Echos e Le Figaro desta quarta-feira, 19 de março de 2014
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A assinatura ontem do Tratado que anexou a Crimeia à Rússia foi celebrada como triunfo pelo presidente Vladimir Putin, destaca o conservador Le Figaro em sua manchete. "Segurança" e "orgulho" foram palavras escolhidas pelo jornal para comentar a postura do presidente russo durante seu discurso no Kremlin, com ares de revanche de Moscou contra os ocidentais.

Em editorial, Le Figaro aponta os diversos erros cometidos pelos ocidentais na crise ucraniana e diz que Vladimir Putin deu uma grande lição de estratégia e venceu essa primeira queda-de-braço. Mas, na avaliação do jornal, ele pode sair perdendo a longo prazo porque a volta de um clima de "guerra fria" vai enfraquecer a economia russa.

Para os europeus, Putin já prestou um grande serviço, afirma o Le Figaro. Eles já perceberam que está mais do que na hora de diminuir a dependência do gás russo.

Novas denúncias contra o ex-presidente Sarkozy

O Libération fala em sua manchete de um "complô" de Nicolas Sarkozy contra a Justiça francesa. A afirmação é baseada em revelações de um site de notícias, o Mediapart, de transcrições de escutas telefônicas em que o ex-presidente e seu advogado, Thierry Herzog,se mostram dispostos a recompensar um alto magistrado por informações de processos na justiça envolvendo Sarkozy.

Segundo o Libé, Sarkozy sabia que estava sob escuta autorizada pela justiça nas investigações sobre o financiamento ilegal de sua campanha, e por isso usou outro telefone, com o nome de Paul Bismuth, para falar com seu advogado, sem saber que o aparelho também estava sendo interceptado.

As conversas deixam claro a operação de corrupção de um juiz, afirma o Libé. Esse novo escândalo complica ainda mais a volta de Sarkozy à política e compromete suas ambições de se candidatar às eleições presidenciais de 2017, garante o jornal.

Custos das promessas de campanha

A quatro dias das eleições municipais na França, Les Echos investigou as promessas dos candidatos nas 10 principais cidades do país. Melhoria nos transportes, creches, segurança e até tickets de restaurantes para idosos.

Tudo foi analisado por um instituto especializado em finanças e a constatação é de que os candidatos a prefeito estão mais moderados e a situação econômica das cidades melhor controladas de maneira global. Mas o jornal avisa que a redução de repasse dos recursos e a inflação deverão fazer os líderes políticos seguir à risca os futuros orçamentos.

O Les Echos lamenta que apenas um terço dos candidatos prometeram durante a campanha fazer economias estruturais, mas sem dar detalhes de seus planos. No caso de Paris, a candidata favorita, a socialista Anne Hidalgo, prometeu economizar 1 bilhão de euros, sem renunciar aos investimentos de 7,1 bilhões de euros em seis anos.

Sua rival, a conservadora Nathalie Kosciusko-Morizet, do partido UMP, também promete apertar o cinto e ao mesmo tempo investir mais de 8,5 bilhões de euros na cidade, o que seria, na opinião do jornal, um verdadeiro malabarismo.
 

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