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Para Le Figaro, Putin já conquistou a Crimeia

A maneira como a Rússia tomou o controle da Crimeia, península ao sul da Ucrânia de maioria russa e localização marítima estratégica, é analisada pelos jornais desta quarta-feira (5). Os jornais também destacam em suas manchetes a abertura da sessão anual do Congresso chinês, nesta quarta, e o aumento dos investimentos em capital estrangeiro nas empresas francesas.

Homens armados diante da base militar de Evpatoria, no oeste da Crimeia, 5 de março de 2014.
Homens armados diante da base militar de Evpatoria, no oeste da Crimeia, 5 de março de 2014. REUTERS/David Mdzinarishvili
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Em entrevista ao diário conservador Le Figaro, o ex-presidente da Geórgia Mikhail Saakachvili denuncia o mesmo modo de ação empregado por Moscou na invasão à Ossétia do Sul, em 2008. Segundo Saakachvili, o Kremlin também distribui passaportes russos à população da Crimeia, como fazia na Ossétia do Sul, e o objetivo do governo de Vladimir Putin nesta nova intervenção de uma ex-república soviética "é criar o caos", provocando a separação das regiões leste e sul do restante da Ucrânia.

Saakachvili recomenda aos ocidentais congelar o dinheiro da Rússia no exterior, excluir Moscou do G8 e negar vistos às autoridades russas. O ex-líder georgiano alega que a passividade ocidental encoraja Putin a fazer o que bem entende.

Em seu editorial, o Le Figaro afirma que Putin já tomou o controle da Crimeia de forma suave. "Nostálgico dos tempos da União Soviética, Putin só precisa ser lembrado que um país com assento no Conselho de Segurança da ONU não pode derrubar fronteiras como se jogasse uma partida de xadrez", diz o Le Figaro.

O diário francês também salienta que a crise na Ucrânia opõe duas visões, a da História e a do Direito Internacional. Putin evoca o peso da cultura russa na Crimeia e em outras terras ucranianas, enquanto os ocidentais querem fazer respeitar o princípio das fronteiras e da Carta das Nações Unidas.     

Reformas na China

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, anuncia hoje um programa de reformas durante a sessão inaugural da assembleia anual do parlamento chinês. Segundo o Les Echos, duas escolas se enfrentam atualmente na China: uma corrente de especialistas defende uma desaceleração da economia chinesa, para o país caminhar na direção de um modelo mais equilibrado de crescimento; outra escola defende a manutenção do ritmo atual, para evitar uma deterioração do clima social, escreve o Les Echos. O governo chinês vai tentar acomodar as duas opções.

Empresas francesas atraem capital estrangeiro

O jornal Aujourd'hui en France está preocupado com a invasão de capital estrangeiro nas empresas cotadas na Bolsa de Valores de Paris. A exemplo da montadora chinesa Dongfeng, que acaba de entrar no capital da Peugeot Citroen, e do Catar, que adquiriu parte do controle do grupo de obras públicas Vinci, o Aujourd'hui en France relata que o capital estrangeiro está cada vez mais interessado nas empresas francesas. Esse movimento faz parte da globalização, mas na visão do diário popular oferece risco quando estão em jogo setores estratégicos, como energia, defesa e transportes.

"A chegada de estrangeiros aos conselhos de administração dos grandes grupos pode provocar mudanças estratégicas que vão tirar os franceses do foco de ação dessas empresas", adverte o Aujourd'hui en France. O jornal também alerta para o risco de perda do "savoir faire" francês e da expertise industrial.

A França continua desconfiada da globalização.

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