EUA e UE estudam novas sanções contra Rússia; Ucrânia tenta isolar separatistas

Americanos e europeus estudam novas sanções contra a Rússia devido à crise ucraniana. O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk,  acusou os russos de tentarem provocar a "Terceira Guerra Mundial" e cobrou explicações sobre os movimentos de tropas russas perto da fronteira com o leste da Ucrânia. O exército ucraniano tenta isolar Slaviansk, reduto dos separatistas pró-russos, e retomar o controle sobre a região.

Veículos militares russos na periferia da cidade de Belgorod, perto da fronteira com a Ucrânia, nesta sexta-feira (25). REUTERS/Alexander Mikhailov

A chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou nesta sexta-feira (25) que os ministros das Relações Exteriores da União Europeia vão se reunir "o mais rápido possível" para estudar novas sanções contra a Rússia por causa da crise ucraniana.

O presidente norte-americano, Barack Obama, o presidente francês, François Hollande, e os chefes de governo da Inglaterra e da Itália, David Cameron e Matteo Renzi, também admitiram a possibilidade de novas sanções contra Moscou, segundo informou um comunicado do palácio do Eliseu.

Barack Obama especificou que pretende chegar a uma decisão conjunta com seus aliados europeus. Os Estados Unidos concluíram que a Rússia não fez nada para colocar em prática o acordo assinado na semana passada em Genebra, com Moscou, a fim de encontrar uma solução para a crise ucraniana.

Obama indicou que as novas sanções já preparadas pelos americanos não visam setores estratégicos da economia russa, como as minas e a energia. As autoridades americanas garantiram que esse tipo de sanção seria considerada somente na hipótese de uma intervenção das forças regulares do exército russo no leste da Ucrânia.

Terceira Guerra Mundial

O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk, declarou nesta sexta-feira que a Rússia quer provocar uma Terceira Guerra Mundial, ao "ocupar militar e politicamente a Ucrânia".

Ele disse esperar esclarecimentos sobre as manobras militares russas perto da fronteira com o leste da Ucrânia e garantiu que suas forças estão prontas para responder a qualquer agressão.

As forças especiais ucranianas começaram nesta sexta-feira a segunda fase de sua operação no leste do país, organizando o bloqueio total da cidade de Slaviansk, reduto dos separatistas pró-russos.

O governo quer isolar a cidade para impedir que os ativistas enviem reforços, mas já declarou que não pretende lançar um novo ataque, que poderia fazer vítimas civis. Já os separatistas de Slaviansk declararam que não vão ceder o controle da cidade.

As tropas russas na fronteira, que já estão há vários dias de prontidão, iniciaram na quinta-feira exercícios militares após a ofensiva do exército ucrananiano nas cidades de Mariopol e Slaviansk.

Investigação

A Corte Penal Internacional abriu uma investigação preliminar sobre alegações de crimes na Ucrânia durante o período que precedeu a queda do presidente Viktor Ianukovitch, em fevereiro.

As novas autoridades do país afirmam que uma centena de pessoas foram mortas pelas forças de segurança entre 21 de novembro de 2013 e 22 de fevereiro de 2014.

Ao final da investigação preliminar, o procurador Fabio Bensouda vai decidir se é o caso ou não de realizar uma investigação formal.