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Ucrânia/Conflito

Separatistas pró-russos libertam um dos oito militares europeus feitos 'prisioneiros de guerra'

Os separatistas pró-russos que controlam a cidade de Slaviansk, no leste da Ucrânia, libertaram neste domingo (27) um dos oito observadores europeus da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que são mantidos como "prisioneiros de guerra" desde a última sexta-feira. O militar libertado, de nacionalidade sueca, sofre de diabetes e teria sido liberado por problemas de saúde. Os Estados Unidos exigem da Rússia o fim das "provocações" na Ucrânia.

O observador sueco (ao centro na imagem) libertado neste domingo em Slaviansk, no leste da Ucrânia.
O observador sueco (ao centro na imagem) libertado neste domingo em Slaviansk, no leste da Ucrânia. REUTERS/Gleb Garanich
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O líder separatista e autoproclamado prefeito de Slaviansk, Viatcheslav Ponomarev, disse que os observadores europeus são "prisioneiros de guerra". Mais cedo, durante o dia, os rebeldes pró-russos exibiram à imprensa os oito militares europeus sequestrados. Um deles, o coronel alemão Axel Schneider, apareceu constrangido diante das câmeras de TV e declarou: "Eu não posso voltar para casa livremente". Os rebeldes pró-russos também mantêm como reféns quatro ucranianos que acompanhavam o grupo da OSCE, mas eles não foram apresentados aos jornalistas.

Além desse grupo de 12 pessoas, três militares de alta patente ucranianos, acusados de "espionagem", também estão em poder dos separatistas. Os serviços de segurança ucranianos (SBU) declararam que os militares foram "atacados por criminosos armados". A TV russa exibiu imagens dos três militares ucranianos de cuecas, com os olhos vendados e cobertos de adesivos.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, qualificou de "repugnante" a exposição pública dos militares, insistindo no dever da Rússia de trabalhar pela libertação dos observadores da OSCE. "A detenção dos militares europeus e ucranianos é revoltante e viola a dignidade das vítimas", declarou o ministro alemão em uma nota oficial. "É uma violação a todas as regras de comportamento e normas concebidas em situações semelhantes. A Rússia tem o dever de exercer sua influência sobre os separatistas para que os membros da OSCE sejam libertados rapidamente", acrescenta o texto assinado por Steinmeier.

Irônico, o líder rebelde Ponomarev disse que os europeus não são réféns, e sim "convidados" dos separatistas.

Há duas semanas, a cidade de Slaviansk escapa ao controle do poder central de Kiev. O Exército ucraniano lançou no local o que chama de "operação antiterrorista" contra os rebeldes. Todas as entradas da cidade foram fechadas com barricadas de pneus, a fim de isolar os pró-russos e impedir que eles recebam apoio externo. No entanto, a situação se deteriora dia a dia. 

Neste domingo, separatistas pró-russos também invadiram a sede da TV pública da capital regional, Donetsk.

Obama exige fim das provocações

O presidente norte-americano, Barack Obama, alertou neste domingo que a Rússia deve cessar suas "provocações" na Ucrânia. Se isso não acontecer, novas sanções serão inevitáveis. As novas sanções que estão sendo estudadas pelos países do G7 - grupo que reúne as nações mais desenvolvidas do mundo - visam "fazer com que a Rússia compreenda que os atos de desestabilização que acontecem na Ucrânia devem cessar", declarou Obama durante uma entrevista coletiva de imprensa na Malásia, terceira etapa de seu giro asiático.

Uma reunião de diplomatas dos 28 países membros da União Europeia foi marcada para esta segunda-feira, a fim "de adotar uma lista suplementar de sanções" à Rússia, como congelamento de ativos e proibição de viagem de personalidades próximas do presidente russo, Vladimir Putin.

 

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