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Reino Unido/Terrorismo

Reino Unido eleva nível de alerta terrorista para “severo”

A ministra britânica do Interior, Theresa May, anunciou nesta sexta-feira (29) que o Reino Unido elevou o nível de alerta de segurança no país devido à ameaça terrorista relacionada aos conflitos na Síria e no Iraque. Já o primeiro-ministro David Cameron declarou que o governo tem um novo plano de combate ao terrorismo que será revelado na semana que vem.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou nesta sexta-feira (28) que vai revelar um novo plano de combate ao terrorismo no Reino Unido na segunda-feira.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou nesta sexta-feira (28) que vai revelar um novo plano de combate ao terrorismo no Reino Unido na segunda-feira. REUTERS/Paul Hackett
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A Grã-Bretanha está agora na escala quatro sobre cinco, o que indica, segundo o governo, que o perigo aumentou de “substancial” para “severo”. Theresa May explicou que a mudança do nível de alerta não indica que haja no momento suspeitas da perpetração de um atentado, mas que um ataque terrorista é “altamente provável” no Reino Unido.

A decisão de aumentar o grau de alerta está relacionada à crise na Síria e no Iraque. Os dois países têm regiões inteiras sob o domínio de jihadistas que teriam planos de atacar países ocidentais, explicou a ministra britânica do Interior. “Alguns desses planos envolveriam combatentes estrangeiros, do Reino Unido ou da Europa, que se integraram aos jihadistas para participar do conflito”, reiterou.

No final desta tarde, o primeiro-ministro David Cameron também anunciou que vai colocar em prática novas medidas contra o terrorismo. O plano será anunciado na próxima segunda-feira e deve se concentrar em impedir que britânicos partam para a Síria ou o Iraque para se integrar a grupos extremistas, como a apreensão de passaportes de suspeitos.

"O terrorismo não é um problema novo na Grã-Bretanha", lembrou Cameron, se referindo ao atentado em Londres em julho de 2005. "Mas com o Estado Islâmico, nós enfrentamos a mais grave das ameaças", ressaltou.

O maior perigo do Estado Islâmico, segundo Cameron, é que a organização não está sediada em apenas um país e que seus integrantes querem expandi-la a vários outros para criar “de forma violenta, seu próprio Estado terrorista”. “Nós poderíamos nos deparar com um Estado terrorista na região do Mar Mediterrâneo. Essa ambição de criar um califado extremista representa uma ameaça para a segurança do Reino Unido”, sublinhou o primeiro-ministro.

Jihadista com sotaque londrino

Na semana passada, as autoridades da região revelaram que o jihadista que aparece no vídeo decapitando o jornalista norte-americano James Foley, divulgado pelo grupo Estado Islâmico, fala com sotaque britânico. No material intitulado “Mensagem à América”, o extremista declara, em inglês com sotaque provavelmente londrino: “Vocês não estão mais lutando contra uma insurgência. Somos um Exército Islâmico."

O sotaque do extremista alertou os serviços de inteligência da Grã-Bretanha, que trabalham para identificar o terrorista. A possibilidade de que o extremista que cometeu a execução seja britânico também reabriu o debate sobre a conversão de jovens do Reino Unido a vertentes radicais do islamismo.

500 britânicos se uniram aos extremistas

De acordo com os serviços de segurança britânicos, mais de 500 cidadãos do Reino Unido deixaram a região para combater ao lado dos extremistas na Síria e no Iraque. Ontem, a Scotland Yard fez um apelo para que a população da Grã-Bretanha ajude os serviços de segurança a identificar “potenciais terroristas”.

“Enfrentamos uma ameaça real e grave de terrorismo internacional. Eu peço para que os cidadãos estejam atentos e denunciem toda atividade suspeita à polícia”, disse Theresa May.

No último sábado, a ministra já havia feito um apelo para reforçar a legislação do Reino Unido e dificultar que os jovens jihadistas partam para combater ao lado dos extremistas sírios ou iraquianos.

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