Conselho de Segurança condena avanço de terroristas no Iraque
A cada hora que passa a situação no Iraque parece se agravar. Os combatentes jihadistas que desde o ano passado, já controlavam áreas importantes a oeste de Bagdá, agora ocupam Mossul, no norte, a segunda maior cidade do país. Nesta quinta-feira (12), o Conselho de Segurança da ONU condenou os atos "terroristas" cometidos no Iraque.
Publicado a: Modificado a:
Os extremistas também se instalaram em Tikrit, no centro, cidade natal do ex-ditador Saddam Hussein. Os guerrilheiros estão perto de Samarra, um importante santuário xiita no centro do país, e agora se dizem prestes a seguir em direção a Bagdá, capital e centro do poder.
O governo iraquiano tenta responder, mas os bombardeios não são suficientes para repelir o avanço dos jihadistas. Para piorar, muitos soldados do Exército iraquiano estão simplesmente desertando em vez de enfrentar o inimigo - uma situação constrangedora para o governo.
A verdade é que o Iraque, que já era quase um Estado falido, agora parece um país prestes a implodir em linhas étnicas e sectárias. Os jihadistas são muçulmanos sunitas ultrarradicais e querem fundar um Estado islâmico nas áreas em seu poder.
O governo central é dominado por xiitas, que tentam desesperadamente manter controle sobre a capital. E os curdos aproveitaram o vácuo de poder ao norte para tomar conta da cidade de Kirkuk, um dos principais centros petroleiros do país.
O grupo que assombra o Iraque e, por tabela, toda a vizinhança, se chama Estado Islâmico no Iraque e no Levante e é conhecido pela sigla ISIS, em inglês. Este grupo é formado em grande parte por jihadistas da Al Qaeda com experiência nas guerras da Síria e do Iraque. O ISIS é muito mais violento e radical que a Al Qaeda. Seus combatentes são tão organizados e eficientes que ninguém sabe exatamente como enfrentá-los.
Impasse para os Estados Unidos
Os EUA, que saíram do Iraque em 2011, se dizem prontos para entrar novamente em ação. Mas o presidente Barack Obama reluta em abrir mais um front. Ontem, ele afirmou que sua equipe estuda todas as opções frente à onda de violência no Iraque e ao avanço de combatentes jihadistas na direção da capital, Bagdá.
"O Iraque vai precisar de mais ajuda dos Estados Unidos e da comunidade internacional. Nossa equipe de segurança nacional estuda todas as opções. Não descarto nada", afirmou.
Quem pode engrossar o tom é o Irã, país xiita vizinho e aliado do Iraque que está apavorado com o caos no seu quintal. Por ironia do destino, a maneira mais eficiente de enfrentar os jihadistas talvez seja uma parceria entre iranianos e americanos.
Conselho de Segurança da ONU
Nesta quinta-feira, o Conselho de Segurança da ONU condenou os atos "terroristas" cometidos no Iraque, onde os combatentes jihadistas continuam avançando para Bagdá, e pediu um diálogo urgente no país entre todas as partes.
Durante duas horas, os 15 membros do Conselho discutiram sobre a situação no Iraque e, por videoconferência, receberam um informe do enviado especial da ONU nesse país, Nickolay Mladenov. Após a reunião, o Conselho manifestou seu apoio unânime ao governo na luta contra os jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e Levante (Eiil).
A Rússia considerou, por sua vez, que o avanço dos rebeldes islâmicos no Iraque ameaça o país e ilustra o fracasso "total" da intervenção militar americana e britânica para derrubar Saddam Hussein em 2003.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro