No Iraque, jihadistas avançam para Bagdá e aterrorizam população
Bagdá acordou nesta quinta-feira (12) com a ameaça de uma invasão iminente de jihadistas comandados pelo grupo Estado Islâmico do Iraque em Levante, que reúne combatentes sunitas e ex-membros da rede Al Qaeda da Síria (Isis). O avanço dos insurgentes provoca um verdadeiro êxodo da população, que foge com medo das violências.
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O objetivo dos jihadistas, que são combatentes sunitas, é derrubar o primeiro-ministro xiita Nouri al-Maliki e fundar um Estado islâmico na fronteira entre Iraque e Síria. Seu rápido avanço pegou o governo de surpresa. Na terça-feira (10), conquistaram a província petrolífera de Nínive, no Norte, incluindo a capital Mossul, a segunda cidade mais importante do país. Uma invasão violenta, que fragilizou o governo xiita do premiê Nouri al-Maliki e aterrorizou a população, provocando a fuga de mais de 500 mil pessoas.
Em um avanço impressionante, os jihadistas prosseguiram suas conquistas mais ao Sul, tomando Tikrit, cidade natal do ex-ditador Saddam Hussein, assim como diversas áreas de Baiji, onde fica a maior refinaria de petróleo iraquiana.
Jihadistas contra curdos
Os jihadistas se encontram a 100 km da capital Bagdá, seu próximo objetivo. Uma ambição que pode ser dificultada por uma nova resistência. Forças curdas iraquianas tomaram nesta quinta-feira (12) a cidade petrolífera de Kirkouk, a fim de protegê-la do ataque dos insurgentes.
Esta é a primeira vez que as forças curdas controlam totalmente a cidade, que fica a 240km ao norte de Bagdá. Normalmente, é uma força policial composta por árabes, curdos e turcos que é responsável pela segurança da cidade.
Os jihadistas mantêm desde a quarta-feira (11) 48 pessoas no consulado da Turquia em Mossul, incluindo o cônsul, três crianças - filhos de diplomatas - e membros das forças especiais turcas.
Reação do governo
Na manhã de hoje, o premiê iraquiano Nouri al-Maliki se reuniu com seu gabinete e o Parlamento e pediu a instauração do estado de urgência. Mas apenas 128 dos dos 325 deputados estavam presentes, número insuficiente para a medida ser aprovada.
As forças policias treinadas pelos americanos não têm preparo para enfrentar os combatentes islâmicos e a maioria dos soldados fugiu, deixando para trás uniformes e veículos blindados.
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