Eleitores vão às urnas em clima de tensão no Iraque

Em clima de violência, 20 milhões de eleitores iraquianos vão às urnas nesta quarta-feira (30) para eleger um novo parlamento com 328 deputados entre 9 mil candidatos. Essa é a primeira eleição legislativa no Iraque desde a partida das tropas americanas, em 2011.

Cerca de 20,5 milhões de eleitores iraquianos são chamados a escolher, entre os 9012 candidatos, os 328 deputados que os vão representar, nos próximos 4 anos. REUTERS/Essam Al-Sudani

A onda de violência que precedeu a votação segue intensa, com ataques a seções eleitorais, feiras e postos da polícia iraquiana. Os eleitores desafiam a violência para colocar o voto na urna.

Os ataques contra seções eleitorais começaram logo cedo. Em Kirkouk, no norte do país, duas mulheres morreram quando uma bomba explodiu perto de um local de votação. Os eleitores de um bairro na periferia oeste de Bagdá tiveram mais sorte e escaparam ilesos de disparos de morteiros lançados contra o local.

O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, declarou estar certo da vitória. Mesmo sendo criticado por não ter conseguido unir o país e apaziguar os conflitos entre a maioria xiita e a minoria sunita, o premiê iraquiano soube tirar partido da ameaça terrorista para se fortalecer politicamente e é apontado como favorito, embora o balanço de seu governo seja contestável.

Nos últimos dois anos foram registrados aumento da violência, abusos policiais, aumento do desemprego, corrupção e quase nenhuma melhora em infraestrutura e nos serviços públicos. A único ponto positivo da gestão do premiê foi o aumento da produção de petróleo, mas a população não recebe os benefícios dessa exploração.