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Conflito/Ucrânia

Rússia e Ucrânia concordam em encontrar solução pacífica, mas trocam acusações

O ministério das Relações Exteriores da Rússia anunciou neste domingo (25) que Moscou está pronta para ajudar a encontrar uma solução pacífica ao conflito no leste da Ucrânia. O presidente ucraniano, Petro Porochenko, ressaltou, mais cedo, que tem interesse em colocar um fim às violências. Mas ambos trocaram acusações e críticas sobre o desrespeito dos acordos de cessar-fogo de Minsk, assinados em setembro.

Militares ucranianos nos arredores da cidade de Donetsk, reduto da rebelião separatista no leste da Ucrânia.
Militares ucranianos nos arredores da cidade de Donetsk, reduto da rebelião separatista no leste da Ucrânia. REUTERS/Oleksandr Klymenko
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Depois das críticas dos principais líderes ocidentais ontem, devido ao ataque da rebelião pró-russa em Mariupol que deixou 30 mortos, Moscou disse estar disposta a encorajar rebeldes separatistas e ucranianos a encontrar uma solução pacífica para o conflito.

Em comunicado, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, afirmou que conversou sobre a questão com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry. O documento afirma, no entanto, que Kiev se nega a dialogar com as lideranças de Donetsk e Lugansk, o que prejudicaria as negociações de paz.

“O agravamento da situação é o resultado dos tiros permanentes das forças ucranianas contra os civis no leste do país, uma violação grosseira ao cessar-fogo”, acusou Lavrov. “As autoridades ucranianas não cumpriram sua obrigação de realizar um processo constitucional global com a participação de todas as regiões e todas as forças políticas”, disse o chefe da diplomacia russa.

Enquanto Kerry fez um apelo a Lavrov que Moscou coloque “um fim imediato” no apoio à rebelião separatista, o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, se encontrou ontem com Petro Porochencko para discutir o restabelecimento dos acordos de paz de Minsk, assinados em setembro.

Em reunião nesta manhã com o Conselho de Segurança e Defesa de Kiev, o chefe de Estado ucraniano ressaltou a importância de definir medidas suplementares contra a brusca degradação da situação no leste do país. Porochenko ainda não respondeu oficialmente ao controverso pedido do presidente russo, Vladimir Putin, de retirar todo o armamento pesado do exército ucraniano da linha de frente dos combates. Mas, Porochenko evitou acusar diretamente Moscou pela escalada das violências e declarou que a necessidade uma missão de paz “é imediata”.

EUA pressionam a Rússia

Em visita à Índia, o presidente norte-americano, Barack Obama, garantiu que continuará a pressionar a Rússia com sanções econômicas e isolamento diplomático, caso Moscou continue financiando os rebeldes separatistas. “Estamos muito preocupados com as violações do cessar-fogo e da agressão dos separatistas com o apoio, treinamento e militares russos”, declarou.

“A questão é saber se a Rússia quer seguir neste caminho que é prejudicial não somente ao povo ucraniano, mas também aos russos”, disse Obama, acrescentando que Washington vai refletir, em conjunto com autoridades europeias, sobre outras formas de pressionar Putin a desistir do apoio à rebelião separatista no leste da Ucrânia.

Pelo menos 30 civis morreram e mais de 90 ficaram feridos no sábado (24) em bombardeios em Mariupol, porto estratégico e última grande cidade do leste separatista que ainda é controlada pela Ucrânia. Os rebeldes prometeram prosseguir com a ofensiva, após retomarem o aeroporto de Donetsk, na quinta-feira. De acordo com o líder dos separatistas, Alexander Zakartchenko, o objetivo agora é de cercar Debaltseve, uma cidade próxima de Donetsk.

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