Economia Francesa sofre primeiros efeitos do confinamento
Publicado a:
Ouvir - 04:08
Neste dia, 1 de Maio, em que nenhuma edição impressa saiu nas bancas, o destaque da Revista de Imprensa francesa vai sobretudo para as consequências da pandemia de Covid-19 na economia francesa.
«A Economia francesa sofre um choque inédito», eis o título em letras garrafais do vespertino ‘Le Monde’.
Num momento em que a França está prestes a sair gradualmente do confinamento, o INSEE - Instituto Nacional da Estatística e dos Estudos Económicos - revelou as primeiras consequências económicas com um país parado. O PIB - Produto Interno Bruto - da França baixou 5,8% no primeiro trimestre do ano, resultados que incluem os 15 primeiros dias de confinamento, que se iniciou a 17 de Março.
Esta queda é a maior desde que este instituto divulga estas estatísticas sobre a situação económica no país, ou seja desde 1949. Estes primeiros dados apontam para que no segundo semestre a queda seja ainda mais abrupta.
Mathieu Plane, economista, afirmou que o primeiro trimestre foi um ‘aperitivo’, e que o segundo trimestre vai ser um ‘cataclismo’ porque metade do trimestre terá sido sujeito ao confinamento, contando com o mês de abril inteiro e as duas primeiras semanas de maio, isto sem contar na segunda parte desse mesmo trimestre que será realizado num levantamento do confinamento que será ‘progressivo’.
Na passada quarta-feira, o próprio Ministro da Economia, Bruno Le Maire, apelou aos franceses para que regressem massivamente ao trabalho. Aliás o Governo francês admite que a recessão poderá atingir os 8% este ano.
O diário lembra também que a Alemanha já anunciou que prevê viver a pior recessão da história da República Federal com uma queda de 6,3% do PIB em 2020.
O vespertino ‘Le Monde’ também dá destaque nas suas páginas interiores à ‘Dolorosa queda do Turismo no Sul da Europa’ em países como Espanha, Itália, Grécia e Portugal.
Segundo dados de economistas, as receitas ligadas ao turismo caíram cerca de 70% em Portugal, que está longe da Itália que atinge os 95,6%. Na reportagem o diário francês falou com Bruno Gomes, fundador da empresa «We Hate Tourism», que organiza viagens pelas cidades do Porto e de Lisboa. Para o empreendedor «tudo morreu» e vão ter de «recomeçar tudo de zero como durante a crise de 2008», admitindo com algum fatalismo, muito comum para os portugueses, que já estão «habituados» a este tipo de situações, mas que no entanto não faz com que «as coisas sejam mais fáceis».
Para fechar uma nota desportiva com o diário ‘L’Equipe’. Apesar de não haver edição impressa, o jornal desportivo também dá muito destaque à economia no mundo do futebol.
Na quinta-feira a Liga Francesa de futebol decidiu dar por encerrada a temporada 2019/2020 o que teve por consequências de ditar o fim do contrato de difusão que ligavam os canais televisivos Canal Plus e BeIN Sports à Liga francesa, o que significa uma perda líquida de 243 milhões de euros para o futebol francês e os clubes.
Para terem encaixes financeiros, os clubes vão ter de esperar pela época 2020/2021 que deverá iniciar em Agosto se as condições sanitárias terem melhorado.
REVISTA DE IMPRENSA 01-05-2020 MM
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro