Crise social mantém-se na Guadalupe e Martinica

Nos territórios ultramarinos franceses da Guadalupe e Martinica, a progressão da covid-19 vírus continua a preocupar, mas é a crise social desencadeada pelos protestos contra a vacinação que continua no centro das atenções. Os bloqueios de estradas, pilhagens e confrontos com a polícia mantêm-se, alimentados por reivindicações ligadas ao elevado custo de vida e à subida do preço dos combustíveis.

Les Abymes, Guadalupe, 24 de Novembro de 2021. © Christophe ARCHAMBAULT / AFP

À terceira jornada de greve geral, a situação agravou-se durante a noite na Martinica, com a multiplicação de bloqueios nas principais estradas da ilha. Também na vizinha Guadalupe, foram barradas duas novas rotundas até então poupadas pelas barricadas. Nestes territórios ultramarinos franceses, as últimas semanas têm sido marcadas por pilhagens e violência na sequência dos protestos contra a obrigatoriedade de vacinação dos profissionais de saúde e dos bombeiros.

Esta quarta-feira, as autoridades da Martinica abriram as portas ao diálogo e vão receber representantes sindicais esta quinta-feira.

Face às violências registadas nas últimas semanas, na Guadalupe foi prolongado, até sábado, o recolher obrigatório. Até agora, a França enviou um reforço de 250 polícias para tentar conter a situação. O ministro francês dos Territórios Ultramarinos, Sébastien Lecornu, indicou que, no total, uma centena de pessoas foram detidas para interrogatório. Entretanto, esta quarta-feira, foram abertos vários inquéritos sobre as violências, nomeadamente sobre a morte, na segunda-feira à noite, de um jovem junto a uma barricada.

Na segunda-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, criticou os que usam “a saúde das mulheres e dos homens franceses para travar batalhas políticas”. O porta-voz do Governo, Gabriel Attal, criticou o que descreveu como “minoria violenta” que “toma toda a ilha como refém”.

Depois dos protestos na Guadalupe e na Martinica, também a Polinésia Francesa enfrenta, a partir de hoje, uma greve geral contra a obrigatoriedade de vacinação, convocada por um sindicato maioritário.