"Emmanuel Macron não se pode esquecer que fala enquanto Presidente"

Questionado pelos leitores do jornal popular Le Parisiens- Aujourd’hui en France, o chefe de Estado francês afirmou querer "chatear até ao fim os franceses não vacinados". As palavras foram explosivas e as reacções não tardaram.

O chefe de Estado francês afirmou querer "chatear até ao fim os franceses não vacinados". AP - Ludovic Marin

Uma postura fácil para um candidato, mas perigoso para um Presidente. "Este é o jogo da política e o jogo da democracia. O país não vai nascer com estas eleições presidenciais. Não podemos esquecer que temos um governo e um Presidente e ele vai, de certeza, candidatar-se, mas Emmanuel Macron não se pode esquecer que quando ele fala hoje é como Presidente", aponta o cônsul honorário de São Tomé e Príncipe, Jean Pierre Bensaid.

Jean Piérre Bensaid mostrou-se surpreendido com as declarações de Emmanuel Macron. O cônsul de São Tomé e Príncipe em Marselha defende que um presidente deve ter cuidado com a linguagem.

"A palavra que ele utilizou (em francês "emmerder") fez muito barulho porque não é um uso correcto por parte de um Presidente da República, mas caso o Presidente fala de forma irónica e elegante a mesma coisa, pode ficar acima do jogo e não no meio das pessoas que falam mal", descreve.

Da esquerda à direita, todos denunciam um erro político, um insulto, desprezo dirigido aos franceses. "Temos de nos distanciar disto porque faz parte do jogo e não podemos exagerar. Para quem está no poder, é preciso respeitar minimamente a legalidade institucional e de comunicação e quem está na oposição esse respeito também deve ser garantido", concluiu.

Ao afastar uma parte da população, que não votará nele, Emmanuel Macron aponta os inimigos, chamando-os de irresponsáveis. O chefe de Estado francês mostrar estar ao lado da maioria, dos 90% da população vacinada contra a Covid-19.