Invasão russa da Ucrânia marca arranque do Festival de Cannes
Sem delegações oficiais russas, mas com um cineasta dissidente, em competição, o Festival de Cannes tinha, desde logo, tomado posição quanto à invasão russa da Ucrânia. A cerimónia de abertura contou, mesmo, com uma alocução do presidente ucraniano lançando um repto ao mundo do cinema.
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O filme "Mariupol 2", do realizador lituaniano Mantas Kvedaravicius, que morreu no sul da Ucrânia, em plena intervenção russa, obra terminada pela namorada, tinha sido acrescentado à selecção oficial de Cannes.
Mas a invasão russa da Ucrânia marcou presença logo na sessão de abertura com a intervenção surpresa em directo do também ex actor, Volodymyr Zelenski.
O presidente ucraniano, falando por vídeo aos presentes, ostentando uma farda militar, reiterou o seu amor pelo cinema, citando mesmo excertos do norte-americano “Apocalypse now” de Francis Ford Coppola.
Zelenski, fazendo referência a Vladimir Putin, afirmou estar-se perante um “ditador”, o título de um filme de Charlie Chaplin em 1940, em plena II Guerra Mundial, e lançou um repto à sétima arte para que o cinema não fique mudo perante a guerra que assola o seu país.
No seu entender o “ditador” acabará por perder e prometeu que a Ucrânia continuaria a lutar.
O serão continuaria com uma sátira da rodagem de um filme de zombies, “Coupez”, uma comédia do francês Michel Hazanavicius com um elenco prestigioso, incluindo Romain Duris e Bénérice Bejo.
O júri começa, agora a seguir os 21 candidatos à palma de ouro, a maior recompensa do certame. O fumo branco, esse, só é aguardado no dia 28.
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