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França

França recorda o actor Jean-Louis Trintignant falecido aos 91 anos

Afluíram as reacções de pesar ao longo deste fim-de-semana, após a morte na sexta-feira do actor francês Jean-Louis Trintignant, aos 91 anos de idade. Conhecido pela sua voz suave e enigmática, a carreira deste monstro do cinema francês foi lançada em 1956 pelo filme de Roger Vadim «Et Dieu… créa la femme », uma fita em que contracenava com a estrela Brigitte Bardot.

Jean-Louis Trintignant em 1966 no filme "Un homme et une femme" de Claude Lelouch.
Jean-Louis Trintignant em 1966 no filme "Un homme et une femme" de Claude Lelouch. © AFP
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De acordo com os próximos, o actor que revelou em 2017 sofrer de cancro, faleceu na sexta-feira «tranquilamente na sua casa, no Gard, no sul da França, junto da sua família». As exéquias deveriam decorrer na intimidade.

Entre as diversas homenagens prestadas ao artista em vários quadrantes, destacam-se nomeadamente as palavras do Presidente da República que saudou «um fantástico talento» que «acompanhou a nossas vidas através do cinema francês».

Nascido no dia 11 de Dezembro de 1930 em Piolenc, no sul de França, no seio de uma família de industriais, Trintignant enveredou pela arte e subiu ao palco em 1951.

Ao longo da carreira, Trintignant, homem de teatro e de cinema, participou em mais de 120 filmes. Para além do emblemático «Et Dieu… créa la femme », Trintignant ilustrou-se igualmente no filme «Un homme et une femme», uma história de amor em que contracenava com a sua eterna paixão de ficção Anouk Aimée, rodada pelo realizador Claude Lelouch recompensado em 1966 com a Palma de ouro do festival de Cannes.

Lelouch com quem Trintignant trabalhou em 7 filmes, nomeadamente o seu último «Les plus années d’une vie» em 2019 prestou-lhe uma homenagem emocionada na sexta-feira. «Ele ofereceu-nos as suas cicatrizes. Era um homem notável. Devo-lhe tudo», disse o realizador.

A voz inconfundível e a discrição de Trintignant serviram igualmente o personagem que desempenhou em « Z » de Costra Gavras pelo qual recebeu o prémio de interpretação no Festival de Cannes em 1969, ou ainda no filme «Amour», dolorosa fita sobre o amor, a memória e a idade pela qual recebeu um ‘César’ (‘Oscar’ francês) enquanto o seu realizador Michael Haneke recebeu a Palma de ouro da edição de 2012 do Festival de Cannes.

Encarnando frequentemente no ecrã personagens complexas e atormentadas, a sua vida também foi marcada por dramas, nomeadamente a morte violenta da sua filha, Marie Trintignant, também actriz, assassinada pelo companheiro em 2003.

Deste episódio trágico que na altura suscitou emoção e revolta em França, Jean-Louis Trintignant confessou mais tarde nunca ter conseguido ultrapassar a dor.

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