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#França

França: Alegado autor de ataque contra curdos indiciado por assassínio

O homem suspeito de ter assassinado três cidadãos curdos, na sexta-feira, em Paris, foi indiciado por assassínio e tentativa de assassínio. O francês, de 69 anos, reconheceu ter um “ódio patológico” por pessoas estrangeiras.

Manifestantes com fotografias das vítimas do ataque de 23 de Dezembro de 2022, em Paris.
Manifestantes com fotografias das vítimas do ataque de 23 de Dezembro de 2022, em Paris. AFP - JULIEN DE ROSA
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Depois do ataque que fez três mortos e três feridos, o suspeito foi indiciado, esta segunda-feira, por homicídio e tentativa de homicídio com motivações racistas, étnicas, nacionalistas e religiosas, bem como por aquisição e posse não autorizada de armas.

De acordo com a Procuradora de Paris, Laure Beccuau, citada pela Agência France Presse, o indivíduo disse ter um “ódio dos estrangeiros que se tornou patológico” desde que a sua casa foi assaltada em 2016. O francês, de 69 anos, ter-se-ia descrito como “depressivo” e com tendências “suicidas” e teria dito ter tido “sempre vontade de assassinar migrantes, estrangeiros” desde esse assalto. Recorde-se que ele foi detido na sexta-feira, pouco depois de ter disparado contra um centro cultural curdo em Paris. Três pessoas morreram, nomeadamente Abdurrahman Kizil, um cantor curdo refugiado político, e Mir Perwer, responsável do Movimento das Mulheres Curdas em França, Emine Kara. Houve, ainda, três feridos.

O ataque provocou várias manifestações por parte da comunidade curda que fala em ataque “terrorista” e aponta o dedo ao governo da Turquia. Para muitos curdos, o triplo assassínio remete para outro - que nunca foi esclarecido, em 2013 - de três militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, uma organização considerada como terrorista por Ancara e pela União Europeia.

Entretanto, o embaixador de França na Turquia, Hervé Magro, foi convocado, na segunda-feira, pelo ministério turco dos Negócios Estrangeiros. De acordo com a AFP, Ancara fala em “propaganda anti-Turquia” em França desde a morte dos três curdos e critica Paris por ter deixado alegados apoiantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão manifestarem-se na capital, alguns com cartazes a associarem a Turquia ao ataque.

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