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França

Gustave Eiffel, ferro, negócios e talento

O grande construtor que ergueu a Torre Eiffel, morreu há 100 anos, com a idade, muito rara na época, de 91 anos, após uma brilhante carreira de engenheiro, empresário, pioneiro e mecenas da ciência. Mas será que se sabe que o seu prestigioso nome está associado a mais de 500 obras em cerca de trinta países? O centenário da sua morte em 2023 será uma oportunidade para a RFI e as suas redações em línguas estrangeiras percorrerrem o legado deste francês universal, mestre do ferro.

Gustave Eiffel no ano de 1900.
Gustave Eiffel no ano de 1900. © Atelier Nadar / Gallica - BnF
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Da mesma forma que no século XX a invenção da Internet fez nascer e prosperar gigantes da informática, no século XIX o desenvolvimento das estradas e dos caminhos de ferro pela Europa e o mundo fez prosperar as companhias industriais que edificaram pontes, das menos complexas às de maiores dimensões, levando ao seu ponto culminante o desenvolvimento da indústria europeia.

Desta feita, ao longo da segunda metade do século XIX, surgiram obras de engenharia civil um pouco por toda a parte, mobilizando tesouros de criatividade e, por vezes, enormes recursos financeiros. Um jovem graduado da Escola Central de Engenharia vai progressivamente alcançar um lugar preponderante no mercado mundial, e o seu domínio do trabalho do ferro, assim como o seu talento para os negócios vão dar-lhe, até aos dias de hoje, uma notoriedade, não só francesa, como também mundial.

Gustave Eiffel no ano de 1900.
Gustave Eiffel no ano de 1900. © Atelier Nadar / Gallica - BnF

Da Ponte Dona Maria Pia, no Douro, em Portugal, até à Estátua da Liberdade cuja estrutura interior ele construiu, do Viaduto de Garabit, em França, até à Estação de Budapeste, na Hungria, da Catedral de Arica, no Chile, até à Ponte Ungheni, na Roménia, das comportas do Canal do Panamá, até à ponte de Trang Tien que atravessa o rio das flores em Hue, no Vietname, e do Observatório de Nice, revolucionário naquela época, até às numerosas réplicas da sua ‘torre de 300 metros’ incluindo a versão original de Santos Dumont no Brasil, ou a -massiva- de Tianducheng na China, a RFI decidiu regressar, juntamente com as suas redações em línguas estrangeiras, aos locais de todas estas proezas técnicas e arquitectónicas, através de uma série de reportagens que vão marcar ao longo deste ano de 2023 o centenário da morte de Gustave Eiffel.

Esta será também uma oportunidade para recordar um dos escândalos do século que foi a falência da construção do Canal do Panamá, na qual Eiffel foi injustamente incriminado. A justiça acabou por reconhecê-lo em 1893, mas o caso marcou o fim da ‘marca’ Eiffel. Magoado no íntimo, mas ainda assim apaixonado por ciência e sempre em plena inovação apesar da sua idade avançada, Eiffel vai dedicar os últimos anos da sua vida, e isso também é relativamente desconhecido, à utilização da sua torre como laboratório, para a salvar da destruição, fazendo avançar de forma particular a tecnologia da telegrafia sem fio, da rádio, do estudo da meteorologia, da aerologia, bem como da aeronáutica.

Para entender a importância da vida e da obra de Gustave Eiffel, em preâmbulo das reportagens das redações de línguas estrangeiras da RFI, marcamos encontro no primeiro andar da Torre Eiffel, com um dos especialistas e conhecedores deste período, Bertrand Lemoine, engenheiro mas também arquitecto e historiador.

Ao longo dos próximos meses, a Associação dos Descendentes de Gustave Eiffel, da qual Bertrand Lemoine é um dos conselheiros científicos, vai organizar numerosos eventos no âmbito da celebração do centenário da morte de Eiffel em 2023, nomeadamente uma exposição itinerante patrocinada pela Unesco que terá início em Paris antes de rodar por diversos outros países.

Fontes e elementos de bibliografia :

Bertrand Lemoine : Gustave Eiffel ; Hazan, 1984. 

Página Structurae, Base de dados sobre obras de arte e engenharia civil.

Philippe Ménager : Eiffel le génie du fer ; Bonneton, 2020. 

Christine Kerdellant : La vraie vie de Gustave Eiffel ; Robert Laffont, 2021. 

Michel Carmona : Gustave Eiffel le maître du fer ; Pluriel, 2022. 

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