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Futebol

Caio Henrique: «Objectivo do Mónaco é o segundo lugar e o apuramento directo para a Champions»

O PSG continua na liderança no Campeonato francês da primeira divisão com 63 pontos, mais oito do que o Marselha e mais 12 do que o Mónaco e o Lens que partilham o terceiro posto na tabela classificativa.

Caio Henrique (esquerda), defesa brasileiro.
Caio Henrique (esquerda), defesa brasileiro. © AFP - VALERY HACHE
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Na primeira divisão francesa de futebol, o Paris Saint-Germain lidera com 63 pontos, isto após o triunfo por 4-2 frente ao Nantes num jogo a contar para a 26ª jornada.

Uma vitória com golos apontados pelo argentino Lionel Messi, pelo francês do Nantes na própria baliza, Jaouen Hadjam, pelo português Danilo Pereira, e pelo francês Kylian Mbappé.

De notar que o Paris Saint-Germain defronta os germânicos do Bayern Munique a 8 de Março na segunda mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões europeus. Recorde-se que na primeira, em Paris, os alemães venceram por 0-1.

Voltando à Liga Francesa, na tabela classificativa, o Nantes ocupa o 14° lugar com 28 pontos, mas os objectivos da equipa do Leste da França prendem-se sobretudo com a Taça. A equipa francesa vai defrontar o Lyon nas meias-finais da prova que arrecadou na temporada passada.

No segundo lugar da Liga Francesa está o Marselha com 55 pontos, após o triunfo por 0-1 na deslocação ao terreno do Rennes.

Uma luta importante visto que o segundo posto dá um acesso directo à fase de grupos da Liga dos Campeões europeus de futebol.

Nesse duelo consta também o Mónaco e o Lens que partilham o terceiro lugar com 51 pontos.

No fim-de-semana, o Lens empatou a uma bola em casa frente ao Lille no dérbi do Norte da França, enquanto o Mónaco empatou a duas bolas na deslocação ao terreno do Troyes num jogo arbitrado pela luso-francesa Stéphanie Frappart.

Os golos dos monegascos foram apontados pelo francês Wissam Ben Yedder, que bisou, enquanto os tentos da equipa da Região da Champanhe foram marcados pelo internacional maliano Rominigue Kouamé e pelo internacional canadiano Iké Ugbo.

Em entrevista à RFI, Caio Henrique, lateral esquerdo brasileiro de 25 anos do Mónaco, realçou que o objectivo do clube é alcançar o segundo lugar, admitindo que a equipa perdeu pontos no jogo contra o Troyes.

RFI: O Mónaco empatou a duas bolas frente ao Troyes, foram pontos perdidos?

Caio Henrique: A sensação é que deixámos dois pontos aqui. A gente sabia da importância deste jogo. Mas nós também sabíamos que não ia ser um jogo fácil porque a equipa deles também está precisando pontuar, eles encontram-se numa situação difícil. Só que a gente, para os nossos objectivos, era muito importante ganhar. Creio que fizemos o mais difícil, visto que depois do 1-0 conseguimos dar a volta para 1-2, marcando dois golos na recta final. Mas logo depois sofremos o golo do empate numa desatenção. Agora só temos é de pensar no próximo jogo, no próximo final de semana, porque este jogo já não volta.

RFI: É complicado jogar frente a estas equipas defensivas?

Caio Henrique: Com certeza sobretudo com estas equipas que jogam com uma linha de cinco atrás. Eles defendem para depois sair em contra-ataque. A gente tem de estar sempre atenta, e hoje tivemos dois momentos de desatenção em que eles fizeram dois golos. Agora temos uma semana para treinar e melhorar essas coisas.

RFI: O objectivo é o segundo lugar?

Caio Henrique: Sim porque o que nós queremos é o apuramento directo para a Liga dos Campeões. Esse é o objectivo do clube. Por isso é que estes jogos são de extrema importância. Precisamos de voltar a vencer, porque as equipas na parte de cima da tabela também estão a pontuar. Nós não os podemos deixar escapar.

RFI: Ser eliminado das competições europeias, é um mal menor?

Caio Henrique: A gente fica chateada por ter sido eliminada. É muito difícil. Nós tínhamos objectivos nas competições europeias, mas já foram. A gente não pode olhar para o passado. Agora temos os jogos da liga. Se conseguirmos vencer todos os jogos, creio que podemos meter o Mónaco directamente na Champions League.

RFI: Agora só tem um jogo por semana, isso é bom?

Caio Henrique: O que um jogador quer é estar dentro de campo. Mas claro que do ponto de vista do físico, jogando uma vez por semana, você entra dentro do campo mais descansado. Mas isto é o que nos resta agora. Já não temos competições europeias, temos de nos focar na liga.

RFI: Como tem sido esta segunda parte da temporada para si?

Caio Henrique: Encontro-me bem, estou feliz de jogar, de cumular minutos. É o que procuro sempre, jogar e ajudar os meus colegas de equipa. Espero continuar a ajudar nas próximas semanas com assistências também que gosto de fazer, e também ajudar o Mónaco a atingir os objectivos.

RFI: Ramon Menezes foi nomeado seleccionador interino, isso pode baralhar as cartas e dar uma oportunidade ao Caio?

Caio Henrique: A gente mantém sempre a esperança, independentemente de quem é o treinador. Acho que se eu fizer o meu trabalho bem feito no Mónaco, com certeza o pessoal da selecção brasileira estará a ver, e quem sabe possa ter uma oportunidade.

RFI: Não causa alguma estranheza não haver seleccionador, e apenas haver um seleccionador interino?

Caio Henrique: Acho normal. Quando sai um treinador, e que não se encontra logo em seguida um substituto, acontece sempre o caso de haver um treinador interino. Pelo que se viu, é um treinador qualificado, ainda por cima foi Campeão com a selecção brasileira sub-20 (ndr: Ramon Menezes venceu o campeonato sul-americano sub-20 com o Brasil), então é extremamente normal.

RFI: Falou-se de vários treinadores estrangeiros para o lugar, mas seria pela primeira vez que haveria um treinador estrangeiro, compreende que possa fazer polémica?

Caio Henrique: Para mim não há problema nenhuma. Acho que tem de ser nomeado aquele que eles acham que é o melhor capacitado pelo posto, independentemente de ser brasileiro ou estrangeiro. Na selecção brasileira têm de ser sempre os melhores, então se para eles (ndr: a direcção da Confederação Brasileira de Futebol) o melhor é um estrangeiro, não há problema nenhum.

RFI: Se for o Zidane, ele que marcou dois golos contra o Brasil na final em 1998, não vai ser estranho?

Caio Henrique: Isso acontece, são coisas do futebol. O Zidane é uma pessoa super vencedora. A gente viu isso nos últimos anos com o Real Madrid. Se vem para ajudar a selecção brasileira será bem vindo.

RFI: Esta semana morreu o francês Just Fontaine, que lutou no Mundial em 1958 com o Brasil de Pelé, que também faleceu, é um momento difícil para o mundo do futebol…

Caio Henrique: Sim é complicado, é principalmente para as pessoas mais antigas que conseguiram acompanhar a carreira desses jogadores. É um momento de muita tristeza, a gente sente isso. Eu vi recentemente o sentimento dos brasileiros após a morte de Pelé, e realmente é muito triste. Em França sente-se realmente o que esses jogadores foram no cenário mundial. Estão na história e o nosso desejo é que possam descansar em paz.

 

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Caio Henrique, defesa brasileiro do Mónaco 06-03-2023

Caio Henrique, defesa do Mónaco.
Caio Henrique, defesa do Mónaco. © AFP - NICOLAS TUCAT

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