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França

Filme "Alma viva" com estreia nos cinemas franceses

França – "Alma viva", primeira longa metragem de Cristele Alves Meira, estreia em França nesta quarta, 12 de Abril. A obra participou na Semana da crítica do Festival de cinema de Cannes de 2022 e versa sobre uma relação entre uma avó e a respectiva neta, com laivos sobrenaturais. A história tem como palco uma localidade rural de Portugal, a braços com a emigração para França.

Cristèle Alves Meira com a RFI em Cannes a 19 de Maio de 2022.
Cristèle Alves Meira com a RFI em Cannes a 19 de Maio de 2022. © rfi/Miguel Martins
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A estreia foi antecedida por uma série de ante-estreias acompanhadas de perto pela cineasta que se revelou expectante em conseguir a adesão do público para a sua obra, não obstante as dificuldades do sector e o facto de não ficar em cartaz nos grandes complexos de cinema. 

"Estou a acompanhar o filme em muitas ante-estreias aqui, em França por várias cidades. Já estou a acompanhar o filme desde o mês de Maio de 2022 no Festival de Cannes. Por isso sinto-me muito feliz de o filme poder encontrar o público francês. Já tive oportunidade de o mostrar em vários festivais. Tive emoções e comentários do público muito fortes que me fazem acreditar que o filme vai ter boa recepção do público aqui em França. Depois a verdade é que estamos numa situação do cinema um bocadinho difícil. Temos menos espectadores na sala e é sempre um grande desafio convencer as pessoas a ir ver os filmes ao cinema".

A realizadora francesa de origem portuguesa realça a importância da visibilidade que se deu a histórias sobre estas trajectórias cruzadas.

"Ganhámos prémios em festivais, tivemos [bons comentários da] imprensa em Portugal e, agora, também em França: vamos ter boas críticas. A comunidade portuguesa de França também já está a ouvir falar do filme. Porque tivemos a solidariedade também e o acompanhamento de vários jornais e canais de televisão de França e a comunidade de portugueses de França está a apoiar o filme. E sinto-me muito orgulhosa nisso porque não me sinto sozinha. Mas, mesmo assim, vai ser sempre um desafio convencer as pessoas a ir ao cinema. Um filme de cinema de autor não vai estar em todas as salas, não vamos ter os multiplexos [da cadeia] UGC. Vão ser aqueles cinemas artísticos e experimentais, isso é se calhar mais um desafio para as pessoas para ir até aquelas salas. Mas vamos ter, espero, muitas cópias para conseguirmos as cidades maiores de França e espero que as pessoas fiquem curiosas porque há poucos temas sobre emigração. Não somos muitas realizadoras ou realizadores com este ponto de vista: Portugal visto por uma filha de emigrantes. Os portugueses da comunidade de França estão a gostar de sentir esse foco. Vamos ver quantas pessoas temos nas salas."

Arranque de carreira com obras ligadas a África

Cristèle Alves Meira, nascida nos arredores de Paris, teve o começo da sua carreira pontuado por uma série de curtas metragens filmadas em Cabo Verde e em Angola.

"Som e morabeza" versava sobre música cabo-verdiana, nomeadamente. A realizadora tinha também realizado "Born in Luanda" sobre os ritmos do kuduro.

"Campo de víboras" e "Invisível herói", ambos tinham como palco Portugal e estiveram presentes na Semana da crítica do Festival de cinema de Cannes.

"Alma viva" foi a primeira longa metragem da realizadora em competição na Semana da crítica, mostra paralela do Festival de cinema de Cannes.

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