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França / Movimento social

França: "Este não é o último dia de mobilização", dizem sindicatos na 12ª jornada

Em França, os manifestantes voltam à rua na 12ª jornada nacional de protestos desde o início do movimento social contra a reforma das pensões. Este novo dia da mobilização nacional acontece na véspera da decisão do Conselho Constitucional que se pronunciará sobre a lei e sobre o referendo de iniciativa partilhada, proposto pela esquerda para levar a idade da reforma à consulta popular.

Manifestantes protestam contra a reforma das pensões, aprovada sem voto no Parlamento por decreto constitucional. Aqui, em Toulouse, 23/03/2023.
Manifestantes protestam contra a reforma das pensões, aprovada sem voto no Parlamento por decreto constitucional. Aqui, em Toulouse, 23/03/2023. AFP - CHARLY TRIBALLEAU
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Esta é a 12ª jornada nacional de protestos, que nos últimos três meses tem levado milhões de pessoas às ruas. As autoridades prevêm entre 400.000 a 600.000 manifestantes a nível nacional, na véspera da decisão do Conselho Constitucional sobre a reforma das pensões. 

"Este não é o último dia de mobilização"

Se o Conselho validar a reforma, contra a vontade popular (70% dos franceses pronunciam-se contra), os sindicatos tencionam exigir a "não-promulgação" do texto. Sophie Binet, a recém-eleita secretária geral da CGT, segundo maior sindicato francês, já avisou: "Este não é o último dia de mobilização". 

Em Paris, os trabalhadores da recolha do lixo voltam a fazer greve a partir desta quinta-feira, com o objectivo de voltar às fortes perturbações do mês de Março. Outras acções de bloqueios estão previstas, nomeadamente "bloqueios de zonas industriais", como anunciou o sindicato Force Ouvrière (FO) e são cerca de 5% os grevistas na educação nacional, segundo os primeiros dados do ministério tutelar. 

Um pouco antes da manifestação parisiense começar, a CFDT, primeiro sindicato de França, já tinha anunciado "grandes manifestações" para o dia 1 de Maio. 

Algumas manifestações proíbidas

Sob pedido do ministro da Administração Interna, Gérald Darmanin, as autoridades proibiram as manifestações à volta do Conselho Constitucional já a partir desta noite de quinta-feira 13 de Março. Esta instituição situa-se no percurso da manifestação em Paris, entre Opéra e Bastille, levando a que haja uma protecção "particularmente elevada" por parte das forças policiais. 

A publicação muito tardia e pouco acessível dos decretos de proibição pelas autoridades policiais foi assinalada pela justiça administrativa, no início de Abril, na sequência da mobilização de advogados e de defensores das liberdades públicas. A afixação meramente física dos textos, que tornava quase impossível a difusão da informação ao grande público, foi considerada, nomeadamente, irregular.

Emmanuel Macron interrompido por manifestantes em visita oficial

Na véspera deste dia de protestos, o Presidente Emmanuel Macron, em visita aos Países-Baixos, anunciou que iria convidar os sindicatos e o patronato, depois da decisão do Conselho Constitucional, para "dar seguimento à decisão do Conselho". Um convite que ainda não obteve reações por parte dos interessados.  

Durante esta visita oficial, o presidente francês foi interrompido, em duas ocasiões, por activistas que pretendiam revelar a sua crise de legitimidade, para além das fronteiras. Emmanuel Macron viu o seu discurso interrompido por um grupo de jovens que exibiram um cartaz onde se lia "Presidente da violência e da hipocrisia". Noutra altura, um manifestante surgiu a alguns metros do Presidente, perturbando a sua chegada à Universidade de Amsterdão, ao som dos habituais slogans entoados nas manifestações em França.

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