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#França

Emmanuel Macron quer “conciliar luta contra a pobreza e luta contra alterações climáticas”

O Presidente francês diz que é preciso “conciliar luta contra a pobreza e luta contra as alterações climáticas”. A ideia foi defendida numa entrevista conjunta à RFI, France 24 e Franceinfo, em que Emmanuel Macron defendeu, também, a reestruturação da dívida dos países sobre-endividados. O chefe de Estado francês defendeu, ainda, um imposto internacional sobre as transações financeiras, sobre os bilhetes de avião e sobre os transportes marítimos.

Presidente francês, Emmanuel Macron, em entrevista à RFI, France24 e France info. 23 de Junho de 2023.
Presidente francês, Emmanuel Macron, em entrevista à RFI, France24 e France info. 23 de Junho de 2023. © RFI
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Ao segundo e último dia da cimeira internacional para um novo pacto financeiro global, que decorre em Paris e promovida pelo Presidente de França, Emmanuel Macron deu uma entrevista conjunta à RFI, France 24 e Franceinfo sobre as ideias que defendeu no encontro que junta mais de 40 chefes de Estado e de Governo. De fora está a Rússia, algo que para Macron mostra “o isolamento” do país ao nível internacional, um ano e quatro meses depois do início da sua ofensiva na Ucrânia.

O Presidente francês disse que é preciso “conciliar luta contra a pobreza e luta contra as alterações climáticas” e sublinhou que “ninguém deve ter de escolher entre a pobreza, o clima ou a biodiversidade”. Macron afirmou que “salvar o planeta é tentar reconciliar” um mundo dividido num “momento de fracturas e de riscos”. Por isso, destacou que “o planeta está cá”, em Paris, nomeadamente “o primeiro-ministro chinês, o Presidente brasileiro, o Presidente sul-africano e vários líderes como do Senegal, da Costa do Marfim, do Vietname, dos Estados Unidos e da Europa”.

Ainda que França tenha sido condenada por inacção climática em 2020 e 2021, Macron respondeu que a cimeira não é uma forma de compensar uma política climática francesa insuficiente e que essa condenação por  inacção climática se reporta ao período 2015-2018.

O promotor da cimeira para um novo pacto financeiro global defendeu, também, a reestruturação da dívida dos países sobre-endividados. Emmanuel Macron disse que isso já tinha sido aplicado ao Chade e também que “foi ontem concluído para a Zâmbia”. 

A nossa abordagem do financiamento das economias em África já não é adequada. Sim, temos de reestruturar as dívidas, muito mais, para permitir um recomeço. Em segundo lugar, temos de remunerar melhor os tesouros de biodiversidade que há em África, na América Latina e na América do Sul, na Ásia do Sudeste, as famosas florestas tropicais”, afirmou.

Emmanuel Macron disse, ainda, que a França aumentou a ajuda pública ao desenvolvimento em 50%, mas a Agência Pública para o Desenvolvimento francesa conta com um financiamento de 0.5 % do PIB em 2022, aquém dos 0 ,7% necessários para respeitar os objectivos do desenvolvimento sustentável impostos pela ONU aos países mais ricos.

Antes da cimeira, 140 especialistas em economia e ambiente publicaram uma carta aberta a pedir um imposto sobre as grandes fortunas para pagar os danos que sofrem os países mais pobres por causa das alterações climáticas. Questionado sobre a possibilidade de criar esse imposto à escala mundial, Emmanuel Macron respondeu com outras propostas, como um imposto internacional sobre as transações financeiras, sobre os bilhetes de avião e sobre os transportes marítimos.

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