França: manifestação contra o anti-semitismo, o aproveitamento da extrema-direita

Está previsto para o próximo domingo, em Paris, uma manifestação contra o anti-semitismo, convocada pelo presidente do Senado Gerard Larcher e a presidente da Assembleia Nacional Yael Braun-Pivet. A maioria governamental, direita e extrema-direita aplaudem a iniciativa, a esquerda radical não participará na marcha. Pedro Viana, membro do conselho de redacção da revista "Migrations et Société", denuncia o aproveitamento da extrema-direita que sempre foi anti-semita e islamófoba.

Desde o início de outubro que os actos anti-semitas recrudesceram em França, levando à detenção de mais de 500 pessoas. AFP - THIBAUD MORITZ

Desde o início de Outubro que os actos anti-semitas recrudesceram em França, levando à detenção de mais de 500 pessoas. 

O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, sublinhou, em declarações à France 2, que “o número de actos anti-semitas explodiu” no país, totalizando 1.040 deste 07 de Outubro.

Para contrariar esse aumento, foi convocada para o próximo domingo, em Paris, uma manifestação contra o anti-semitismo. A marcha foi convocada pelo presidente do Senado Gerard Larcher e a presidente da Assembleia Nacional Yael Braun-Pivet. A maioria governamental, direita e extrema-direita aplaudem a iniciativa, a esquerda radical não participará na marcha.

Pedro Viana, membro do conselho de redacção da revista "Migrations et Société", fala numa “questão profundamente complexa”. Diz que “o anti-semitismo é inadmissível em qualquer circunstância, por outro lado e ao mesmo tempo, nós não podemos aceitar outras formas de racismo e discriminação.” 

Pedro Viana acrescenta que gostava de ver o mesmo “ímpeto de luta contra discriminações e racismo quando essas são direccionadas contra muçulmanos, ciganos e homossexuais.”

Para o membro do conselho de redacção da revista "Migrations et Société", a extrema-direita está a aproveitar-se da manifestação, uma vez que o partido fundado por Jean Marie Le Pen “sempre foi anti-semita e islamófobo”.