Quentin Merlin e Geoffrey Kondogbia preocupados com exibições do Marselha antes do defrontar o Benfica
Esta quinta-feira decorre a primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa de futebol masculino com principal destaque para o confronto franco-português entre o Benfica e o Marselha.
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As competições europeias prosseguem esta quinta-feira com os jogos da primeira mão da Liga Europa e da Liga Europa Conferência, ambas provas organizadas pela UEFA, organismo que gere o futebol europeu.
Benfica venceu sempre em jogos de eliminação directa
Na primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa, os portugueses do SL Benfica recebem os franceses do Marselha no Estádio da Luz em Lisboa, a capital portuguesa.
O Benfica e o Marselha já se defrontaram quatro vezes nas competições europeias e sempre em jogos de eliminação directa.
Nas meias-finais da Liga dos Campeões edição 1989/1990, o Marselha venceu em casa por 2-1, mas acabou por perder por 1-0 na deslocação a Lisboa e ficar fora da prova, visto que na altura os golos apontados fora eram a dobrar em caso de empate na eliminatória. O triunfo foi alcançado com um tento do avançado angolano Vata, acusado de ter marcado com a mão, a famosa ‘mão de Vata’.
A segunda vez foi nos oitavos-de-final da Liga Europa edição 2009/2010 em que os portugueses empataram em casa a uma bola, antes de irem vencer em território francês por 1-2.
Vantagem para os encarnados, no entanto tudo pode ainda acontecer apesar do favoritismo e da dinâmica de cada uma das equipas visto que o Benfica ocupa o segundo lugar na Liga Portuguesa, enquanto os marselheses estão no oitavo no campeonato francês.
Aliás os marselheses foram derrotados na passada sexta-feira 5 de Abril por 3-1 na deslocação ao terreno do Lille, num encontro a contar para a 28ª jornada da Liga Francesa. Os marselheses ocupam o oitavo lugar com 39 pontos, a quatro do Lens, sexto classificado, último lugar que dá acesso às competições europeias na próxima temporada.
A RFI falou com dois jogadores do Marselha que estão bastante preocupados com os últimos resultados dos marselheses, visto que eles perderam os quatro últimos jogos: 3-1 frente ao Lille, 2-0 perante o PSG, 2-0 frente ao Rennes e 3-1 diante do Villarreal.
Para Quentin Merlin, lateral esquerdo francês de 21 anos, a equipa tem de jogar bem melhor frente ao Benfica para alcançar um bom resultado, enquanto Geoffrey Kondogbia, médio centro-africano de 31 anos, afirmou que o Marselha tem de trabalhar mais para colmatar as lacunas.
RFI: Foi mais uma derrota, desta vez frente ao Lille, antes de defrontar o Benfica?
Quentin Merlin: Sim, isso é verdade. Perdeu-se o jogo com erros individuais. Tudo se resume a pequenos pormenores, e em jogos de alto nível tudo se resume a pormenores. E, infelizmente, não estivemos atentos, não fomos suficientemente bons para evitar esses pormenores. Agora temos de voltar aos treinos para ir defrontar o Benfica, porque não podemos ir para esse jogo com o que propusemos frente ao Lille. Não podemos jogar assim. Temos de ser melhores, mais fortes nos duelos, mais participativos no jogo. Temos de mostrar muito mais. É assim que as coisas são. No entanto, temos jogadores que têm muita, mesmo muita, qualidade. São todos jogadores de topo. Mas todos temos de recuperar, voltar ao bom caminho, voltar a trabalhar duro. E isso significa treinar. Nos treinos, temos de ser mais fortes, melhores. O jogo que praticamos passa pelo treino, portanto, é treinar.
Geoffrey Kondogbia:Desilusão. É óbvio que queríamos ter conseguido os três pontos, mas defrontámos uma boa equipa do Lille.
RFI: Os jogadores sabem o que falta, mas não o fazem em campo?
Quentin Merlin: Porque é fácil dizer, mas difícil de fazer. Em campo, todos temos de nos olhar ao espelho, todos temos de assumir as responsabilidades porque somos todos jogadores de topo. Adoramos o futebol, é a nossa paixão e não gostamos de perder. Regressamos a Marselha de cabeça baixa por termos perdido um jogo, não é possível, já o fizemos muitas vezes. Por isso, agora temos de, como disse e volto a dizer, olharmo-nos ao espelho, recomeçar a treinar, trabalhar mais nos treinos e isso vai resultar durante os jogos. Os jogos vencem-se nos pormenores.
RFI: A situação é preocupante?
Geoffrey Kondogbia: Penso que temos de analisar melhor o que estamos a fazer bem e o que não estamos a fazer tão bem. É a única forma de progredirmos. É isso que é importante. O futebol é assim, é uma sucessão de erros. Por isso cabe-nos a nós olhar-nos, olhos nos olhos, e tentar progredir. A realidade está aí, temos de trabalhar nas coisas que não fazemos tão bem, é a única forma de sair desta situação.
RFI: Acha que, com a sua experiência, este grupo é capaz de voltar a elevar o nível?
Geoffrey Kondogbia:A época ainda não acabou. Depende de nós. Depende da intenção que vamos colocar. É esta a situação actual. Temos de enfrentar as nossas realidades, trabalhar e, sobretudo, trabalhar concretamente para descobrir o que temos de melhorar. E é assim que lá chegaremos. Podemos gritar, dizer que é vergonhoso ou... não sei o quê, mas a realidade é o que se vê dentro das quatro linhas. Por isso, temos de ser frios e olhar para o que não estamos a fazer tão bem se quisermos progredir. É tudo o que há para dizer.
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