França vai inaugurar novo centro de detenção para clandestinos
O maior centro de detenção de migrantes clandestinos da França deverá ser inaugurado até o final do mês. Ele fica próximo ao maior aeroporto do país, o de Roissy-Charles de Gaulle, de onde a maioria dos clandestinos expulsos são enviados de volta a seus países de origem.
Publicado a: Modificado a:
Oficialmente o centro é composto por duas grandes áreas separadas de 120 lugares cada uma, mas ligadas por uma passarela e formada por grades, cercas de arame farpado e até pátio onde os detidos caminham em círculo.
O centro de Mesnil-Amelot tem uma estrutura parecida com a de um presídio. Essa foi a definição dada por representantes da Cimade, uma organização que trabalha e oferece assistências a imigrantes em situação irregular na França.
Autorizados a visitar as instalações, eles constaram que o o local tem câmeras para todos os lados e é vigiado de maneira permanente por guardas instalados em torres de controle. No alto das portas há vidros que impedem espaços íntimos.
A associação notou ainda que, ao contrário de outros centros, o acesso aos locais de ajuda como enfermaria e às áreas de visitas de familiares e advogados não é livre. A pessoa em retenção deve passar por várias portas acionadas por um sistema de interfone. Outra preocupação é o espaço reservado para 40 famílias, o que supõe o acolhimento de crianças.
O novo centro já foi criticado até pelo tribunal de contas que vê o local como um risco potencial de concentração maciça de pessoas que pode provocar efeitos nefastos como a revolta que atingiu um centro de retenção em 2008 nos arredores de Paris.
AUDIO
Elcio Ramalho, jornalista da RFI
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro