Neto de Freud expõe no Centro Pompidou em Paris

A exposição “Lucian Freud, o Atelier”, no Centro Pompidou, em Paris, revela as obras do artista vivo mais bem pago do mundo. Grande acontecimento da arte contemporânea, o neto de Sigmund Freud  não  expunha na França, há mais de 20 anos.  

Reflexo com duas crianças (auto-retrato) (1965) Óleo sobre tela Museu Thyssen-Bornemiska, Madri, Espanha José Loren

Cerca de 50 telas de grandes formatos e desenhos apresentam o universo figurativo do pintor inglês, formado principalmente por cenas de interiores e auto-retratos. Urbano e disforme, seus personagens se repetem, assim como os cenários de suas composições.

Como fazer da pintura, arte clássica tão intensamente explorada, algo único e raro? A resposta do artista está em não buscar o belo ou o realismo em seus retratos, mas buscar criar novos personagens. Sua escolha de cores, planos e modelos incomodam. As obras retratam seu próprio atelier, em Londres, e exploram corpos nus e desproporcionais, retorcidos, traços fortes e acúmulo de tinta.

Enquanto fotos e vídeo mostram Lucian Freud no processo de produção das mesmas pinturas expostas, a exposição coloca em foco a relação do artista com a própria arte e com o processo de realização da pintura.

O pintor jà retratou a rainha Elisabeth II e a top model Cindy Crawford. Hoje, com 88 anos, seus quadros atingem valores recordes na arte contemporânea, como a obra “Sue Tielly”, de 1995, vendida pela soma de 33 milhões de dólares, nesta última segunda-feira, em Nova Iorque.

O trabalho de Lucian Freud fica exposto no Centro Pompidou até 19 de julho.

Luiza Duarte