Dúvidas sobre a volta de Strauss-Kahn à política domina manchetes
Nesta segunda-feira, a imprensa francesa dá amplo destaque ao futuro das primárias socialistas para as eleições presidenciais do ano que vem, depois da reviravolta no caso Dominique Strauss-Kahn. A dúvida é se o partido vai manter o prazo limite de 13 de julho para as candidaturas, na votação interna que vai ocorrer em outubro.
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Esta é "a semana em que tudo pode acontecer", afirma o Parisien, enquanto o La Croix analisa que "mal haviam se reorganizados, os socialistas talvez sejam obrigados a reiventar tudo de novo".
A manchete do Le Figaro escancara que a possível volta de Strauss-Kahn ao cenário político francês "envenena" o partido socialista. O editorial do jornal conservador classifica a vida dos socialistas como "um horror", nos últimos cinquenta dias, e afirma o partido não poderá dizer não a "um homem que sai da prisão de Rykers Island e sonha em ocupar o Palácio do Eliseu", a sede da presidência francesa.
A imprensa também destaca a posição desconfortável em que se encontra a secretária-geral do PS, Martine Aubry: como Strauss-Kahn não fez qualquer comentário público sobre seu futuro político, Aubry se vê obrigada a manter sua candidatura. Antes do escândalo, ela dava a entender que só se candidataria se o ex-diretor-geral do FMI decidisse não concorrer.
Já o Libération, alinhado à esquerda, parabeniza a "rapidez fulminante" com a qual a Justiça americana percebeu seus erros no processo que acusa Strauss-Kahn de estupro de uma camareira, resultando na libertação dele, na última sexta-feira. O jornal se pergunta quantos anos serão necessários para DSK "sair do pesadelo" em que se viu envolvido, enquanto o diário econômico Les Echos constata que a sua imagem, "certamente abalada", ainda vai causar problemas ao Partido Socialista por muito tempo.
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