Nicolas Sarkozy oficializa sua candidatura à reeleição

O presidente da França confirmou durante uma entrevista no principal telejornal do país que é candidato às eleições do mês de abril. Nicolas Sarkozy, que aparece como derrotado nas pesquisas de opinião, disse que não pode abandonar os franceses no meio de uma crise econômica.

Nicolas Sarkozy disse durante entrevista "sim, eu sou candidato às eleições presidenciais". REUTERS/TF1 Television/Handout

A 67 dias das eleições presidenciais, Nicolas Sarkozy acabou com o suspense sobre sua candidatura. Depois de ter lançado sua campanha pelo Twitter pela manhã, o presidente francês confirmou oficialmente que vai tentar se reeleger. O anúncio foi feito durante uma entrevista no principal telejornal do país na noite desta quarta-feira.

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Nicolas Sarkozy

Questionado pela apresentadora sobre sua escolha, Sarkozy disse que s só tomou essa decisão há poucas semanas. Para ele, não se candidatar em plena crise econômica seria como “um capitão de navio que abandona o barco no meio de uma tempestade”.

Sarkozy também anunciou as prioridades de seu eventual segundo mandato. O “presidente-candidato” pretende valorizar o trabalho e dar mais espaço para a opinião da população. O chefe de Estado já havia prometido organizar referendos para consultar os franceses sobre temas como o desemprego.

O líder francês aproveitou para criticar o candidato socialista François Hollande, favorito desde o início da corrida presidencial. “Ele é certamente alguém de respeitável”, disse Sarkozy, antes de atacar o rival. “Ele fala de sonho francês. Eu vi vários políticos durante minha longa carreira que falavam de sonho, mas isso termina sempre em pesadelo”, alfinetou.

Últimas pesquisas

Segundo as pesquisas de opinião, se as eleições fossem hoje, Sarkozy perderia para o candidato socialista. De acordo com a sondagem feita pelo instituto Harris em parceria com a revista VSD e divulgada nesta quarta-feira, o chefe de Estado teria 24% dos votos, enquanto seu rival conquistaria 28% dos eleitores no primeiro turno. A candidata do partido de extrema-direita Frente Nacional, Marine Le Pen, aparece com 20% das intenções de voto. O estudo também avança que Hollande ganharia o segundo turno com 57% dos franceses a seu favor.

O anúncio da candidatura do presidente não foi nenhuma surpresa, mas isso não impediu as reações dos representantes socialistas. O deputado do PS Claude Bartolone questionou se ainda é possível acreditar em alguém “quando a gente lembra que o seu ‘trabalhar mais para ganhar mais’ resultou em um milhão a mais de desempregados” no país, disse ele, em alusão a um dos slogans lançados por Sarkozy para valorizar o emprego. Já Jean-Marc Ayrault, chefe dos deputados socialistas no Parlamento, considera que o presidente se apresenta como “um candidato sem fôlego, sem ideias, sem visão, esmagado pelo balanço de seu governo”.