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França/Crise

Tribunal de Contas francês aponta rombo nas contas públicas

O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, recebeu hoje do Tribunal de Contas relatório com um balanço das finanças públicas durante a gestão de Nicolas Sarkozy e François Fillon. O documento vai orientar os cortes necessários ao saneamento dos gastos do Estado nos orçamentos de 2012 e 2013.

O presidente do Tribunal de Contas, Didier Migaud, fotografado na entrada do Palácio do Eliseu em fevereiro de 2012.
O presidente do Tribunal de Contas, Didier Migaud, fotografado na entrada do Palácio do Eliseu em fevereiro de 2012. AFP PHOTO LIONEL BONAVENTURE
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Segundo o Tribunal de Contas francês, o governo do ex-presidente Nicolas Sarkozy e de seu primeiro-ministro, François Fillon, deixou um rombo de 1,2 bilhão a 2 bilhões de euros, até 5 bilhões de reais, de despesas não financiadas no orçamento deste ano, vinculadas a medidas de última hora anunciadas antes das eleições. Fazem parte do rombo o bônus de Natal pago aos beneficiários do programa de renda mínima, a décima parcela da bolsa de estudos concedida aos estudantes universitários, e gastos com agricultores e militares.

Além de fazer um balanço da gestão anterior, o relatório do Tribunal de Contas aponta cortes que o governo socialista deverá fazer para cumprir as metas prometidas de déficit público, 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e 3% em 2013. Para fechar as contas em 2012 faltam de 6 a 10 bilhões de euros, até 25 bilhões de reais, que o governo socialista vai buscar com o aumento de impostos e cortes nas despesas de custeio, em menor proporção.

Amanhã, o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault apresenta ao novo parlamento as diretrizes políticas de seu governo com um discurso na Assembleia Nacional. Na quarta-feira, o novo projeto de lei orçamentária será desvendado, com uma enxurrada de medidas para aumentar a arrecadação.

Durante a campanha, o presidente François Hollande prometeu que o esforço coletivo seria cobrado de maneira justa. Os mais ricos terão de botar a mão no bolso, com a criação de uma nova alíquota de 45% do imposto de renda para quem ganha mais de 150 mil euros por ano e a volta do imposto sobre a fortuna, que Sarkozy havia suprimido. No que diz respeito ao setor empresarial, grandes companhias com lucros significativos em seus balanços, como bancos e empresas do setor petroleiro, serão sobretaxadas.

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