França realiza oitavo dia de intervenção militar no Mali

As tropas francesas realizam nesta sexta-feira o seu oitavo dia de intervenção militar no Mali, para combater os grupos radicais islâmicos, Movimento de liberação da Azawad (MNLA), Al Qaeda para o Magrebe Islâmico (Aqmi) e Movimento pela unidade e pela Jihad na Africa do Oeste (Mujao), que querem controlar a região.

Patrulha francesa na cidade de Konobougou, no Mali, nesta quinta-feira. REUTERS/Joe Penney

Nenhuma ação foi registrada no setor de Diabali, no centro do país, segundo o porta-voz dos exércitos da França e do Mali. Os militares continuam em posse da cidade de Konna, tomada por eles na quinta-feira. No dia 10 de janeiro de 2013, o lugar foi dominado pelos grupos armados islâmicos.

O ataque em um município ao sul da linha invisível, que divide o norte árido e pouco povoado, ocupado pela minoria árabe e tuaregue, e o sul do país, de maioria negra, desencadeou a invasão francesa. As tropas da França interferiram no conflito a pedido do governo interino do Mali, para conter o avanço dos rebeldes, que se dirigiam rumo à capital malinesa, Bamako, localizada na região sul do país.

Atualmente 1.800 soldados franceses estão na região. De acordo com o presidente francês, François Hollande, o número deve chegar a 2.500 homens implicados na operação “Serval”.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (HCR) anunciou nessa sexta-feira que refugiados do norte do Mali relataram terem sido vítimas de amputações e presenciado execuções e o recrutamento de crianças para servirem como soldados no confronto. O órgão das Nações Unidas estima em 400 mil o número de malineses que devem deixar o país no próximo mês. De acordo com um relatório publicado pela ONU essa semana, 150 mil malineses já estão refugiados nos países vizinhos, principalmente na Mauritânia, no Niger, no Burkina Faso e na Argélia.