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Stéphane Hessel/França

Morre o francês Stéphane Hessel, pai dos indignados

O ex-diplomata, escritor e herói da Resistência francesa, Stéphane Hessel, autor do livro que se tornou uma febre no país e no mundo, "Indignai-vos", e inspirador de diversos movimentos de contestação, morreu na noite nesta terça-feira, aos 95 anos, segundo sua esposa, Christiane Hessel-Chabry.  

O escritor Stéphane Hesselem fevereiro de 2011.
O escritor Stéphane Hesselem fevereiro de 2011. AFP / Saget
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Ícone da esquerda, Hessel era conhecido pelo espírito engajado, e seu livro, ‘Indignai-vos’, esteve durante semanas na lista dos mais vendidos na França. O manifesto, de 32 páginas, foi lançado em outubro de 2010 e custava apenas 3 euros. O livro, que defendia uma ‘’insurreição pacífica’’, foi publicado em 35 países. No total, foram vendidos mais de 4,5 milhões de exemplares. ‘’Sua capacidade de indignação era sem limites, e superava apenas sua própria vida. Agora, que ele chegou ao fim, ele nos deixa uma lição, a de que não devemos nos resignar diante de nenhuma injustiça’’, disse o presidente francês François Hollande.

Stéphane Hessel se aposentou em 1983, e continuou sua luta contra as injustiças do mundo publicando diversos manifestos. Engajado, ele também acompanhou in loco várias revoltas populares contra os regimes ditatoriais no mundo árabe. Diversos movimentos ocidentais na França, Espanha e na Grécia, inspirados em seu livro, se apropriaram do termo ‘Indignados’, que também foi usado pelos manifestantes do ‘Occypy Wall Street.’’

Em uma entrevista publicada em março de 2012, Stéphane Hessel se disse surpreso com esse sucesso. ‘’Isso se explica por um momento histórico. As sociedades estão perdidas, buscando um sentido para a aventura humana.” A rádio francesa France Info, ele disse "que a felicidade só tinha sentido se servisse para proporcionar felicidade também para quem vivia à sua volta."

Nascido no dia 20 de outubro em 1917 em Berlim, Stéphane Hessel chegou à França com sete anos. Prisioneiro na Segunda Guerra Mundial, ele se uniu ao general Charles de Gaulle. Em 1944, voltou para a França e foi deportado para o campo de concentração de Buchenwald, onde ele trocou de identidade para escapar da morte. Depois de fugir, ele se reuniu às tropas americanas e voltou para Paris em 1945. Depois da liberação ele trabalhou na ONU até 1981, quando foi designado embaixador da França pelo então presidente François Miterrand.
 

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